Eu queria ser o tipo de pessoa que assiste esse filme, o da Licoricce Pizza, o Armagedon Time, o Belfast, esses filmes sobre as memórias de diretores, de suas infâncias privilegiadas onde o mais punk foi talvez um possível divórcio e achar os filmes fofos.
Mas não, eu acho tudo uma merda, um saco, umas histórias porcarias e sem graça que não deveriam ter sido contadas porque nnao dão um filme mesmo.
Sabe aquele amigo pretensioso que sempre diz äh, minha vida daria um filme” e o figura fica contando um monte de história sem graça e você fica “mano, cala a boca”.
O Licorice é sobre uma historinha de amor adolescente? Não achei nada interessante, sério. Paul Thomas Anderson decepcionando na veia.
O Armagedon era sobre um moleque que desrespeitava os pais e queria ser artista com 11 anos de idade e roubou os computadores da escola ai-como-sou-transgressor? Quase dormi.
Belfast era pra ser o máximo, já que o filme se passa na rua que dividia politicamente a cidade mas o Branagh conseguiu deixar tudo sem graça, principalmente com aquela fotografia preto e branco de vídeo mal iluminado.
O Spielberg fez um (pseudo) auto biográfico filme de 3 horas pra se vingar do valentão da escola que bateu nele.
Pra dizer que no dia da formatura ele chorou porque ele se viu, no filme que o Spielberg adolescente fez, como um herói q não era? Que decepção, Spielberg.
Os Fabelmans começa muito bem.
A primeira hora do filme é bacana, história do moleque Sammy (Gabriel LaBelle, muito bom) descobrindo seu amor pelo cinema, por filmar, por contar histórias em meio a sua família com o pai nerd do computador antes disso ser bacana (um Paul Dano sem graça), a mãe sonhadora (Michelle Williams caricata que me deu raiva ao ponto de torcer contra ela no filme) e um monte de irmã que nem precisavam estar no filme porque não fizeram a menor diferença na história.
Sammy cresce nessa família judia cheia de diferenças e probleminhas, como toda família tem e como disse antes, nada que desse um filme. Mas o Spielberg pode, né, milionário, dono de Hollywood, achou que sua adolescência desse um filme.
Os Fabelmans é um arremedo de um filme do Woody Allen com uma ousadia cinematográfica de um gênio que é o Spielberg. Sammy é quase o Woody Allen nos filmes do Woody Allen quando vivido por outros atores. Sabe aquele neurótico chato e genial? É o Spielberg no seu filme querendo que a gente saiba que ele é genial e único ao mesmo tempo que ele “tenta” ser sutil.
Ele foi o cara a ser copiado, a ser seguido de perto por muito tempo. Mas chegou um momento em sua carreira que Spielberg assumiu sua persona fodona e não perdoa mais.
Ele quer que todo mundo saiba que ele é um bom diretor mas principalmente Spielberg quer que a gente saiba que ele sabe que é um grande diretor.
Esse filme tá cheio de cenas do tipo “olha como eu sou fodão, olha esse close da veia pulsando no pescoço da mulher e olha como pára quando ela morre”. Foda, né? Eu sou assim, desculpa aí.”
Os Fabelmans tem muita sequência vergonhosa.
Que lixo foi o jogo de volley da molecada da escola. Que escolha errada.
Não entendo como deu uma virada pro mal e ele só aguentou 1h de filme razoável.
Que erro foi esse quando Sammy vai pra escola? Parece que o Steven largou o filme e mandou algum estagiário dirigir.
A única coisa que vale em seu filme, que resume Os Fabelmans, uma cena incrível com uma história surreal quando o jovem Spielberg encontra o monstro John Ford, aqui vivido pelo monstro David Lynch.
De chorar.
Sem essa sequência a nota seria bem menor, garanto.
NOTA: 1/2