Ela Disse é um drama americano sobre uma das histórias mais importantes dos nossos tempos: a matéria publicada no jornal The New York Times com as acusações contra o super produtor de cinema Harvey Weinstein que não só o levou à cadeia mas que gerou o movimento #metoo.
Se você não sabe o que é o #metoo, antes de mais nada se liga. Acorda.
O filme dirigido pela alemão Maria Schrader tem o mesmo problema que todo filme sobre investigação jornalística tem, na minha opinião.
Apesar da importância toda, o filme é chato demais.
Parece que ele foi preparado em uma planilha de excel ao invés de ter sido decupado com um story board.
Ao mesmo tempo que é bem legal “conhecer” as jornalistas Megan Twohey e Jodi Kantor, as repórteres investigativas que conseguiram se aproximar das mulheres que sofreram abusos do produtor podre, o filme tem um ritmo sem graça.
Claro que é interessante, principalmente se você for jornalista ou se você estuda jornalismo. Muito legal ver a redação do jornal famoso que serviu de locação real pela primeira vez para um filme, o que é louvável.
Claro que é o máximo ver a grande Carey Mulligan, que vive Megan, e ver Zoe Kazan roubando o filme como Jodi.
Mas é uma cena de discussão por telefone atrás da outra, tentando convencer as mulheres abusadas contarem suas histórias e darem seus nomes.
De novo, é muito legal a ideia, louvável o filme, mas o esquema do filme é chato, me perdoem.
E é diferente de um filme que nada acontece, aqueles dramas cabeça que a gente tanto ama. Aqui as coisas acontecem, mas elas não são excitantes… para um filme.
As escolhas narrativas são bem estranhas. Não consegui entender porque a diretora conta algumas histórias e outras não. E as que ela conta não precisava ter contado como ela o fez, porque não fazem a menor diferença para o resultado final.
Infelizmente.
Acho que a hora que reinventarem como contar histórias jornalísticas em filmes, o mundo vai ser mais bacana ainda.
Mesmo assim, vale a pena assistir Ela Disse, principalmente pelas duas atrizes e pelo absurdo de toda situação desgraçada criada pelo dono da Miramax.
NOTA: 1/2