E como já esperávamos, Pinóquio do Guillermo Del Toro é a grande bobagem do ano.
Longo, pretensioso, chato, com o personagem mais insuportável de 2022, Pinóquio não funciona.
Imagina, o cara tirou a balei que engole o Gepeto do filme porque, imagina, ela ia ter que morrer pra ele sobreviver.
E como dá pra matar uma baleia em 2022, né, Guillermo?
Ah, faça-me um favor.
O cara ainda colocou a história em plena era fascista italiana com o próprio Mussolini indo ver o Pinóquio o circo.
Porque o filme se passa em tempos de guerra, Del Toro pesou a mão e colocou bomba pra cima e pra baixo pra resolver problemas de roteiro.
Assim o filme parece novela da Globo, daqueles folhetins onde os acontecimentos se repetem ao infinito, tipo 500 casamentos, 300 assassinatos.
Foi difícil chegar ao fim, dormi umas 3 vezes pesado.
Mas claro que não dá pra deixar de elogiar o maior dos talentos de Del Toro: ele cria os melhores monstros possíveis.
E ele é aquele artesão refinado que faz falta.
Pinóquio é um filme em stop motion, aqueles onde os bonecos são filmados manipulados quadro a quadro com uma perfeição e delicadeza de se assistir ajoelhado.
A direção de arte do filme é o que a gente muito espera de Del Toro, sem ter do que reclamar de todo o seu perfeccionismo, de sua atenção aos detalhes.
Pinóquio tem aquela vibe gótica, com personagens do mal bem desgraçados mas nem assim empolga como deveria porque o roteiro enrola, vai, volta, vai de novo, para, pensa, enrola mais e pra fechar o caixão, o filme é claro, um musical.
Ele poderia aproveitar essa época de anos 1940/50 na Europa e lembrar que ele já cometeu o maravilhoso A Espinha do Diabo.
Não há Ewan McGregor de Grilo Falante que salve.
Volta, Guillermo, volta.
NOTA: