Florence Pugh, já falei hoje que eu te amo?
Ah Sebastian Lelio, já falei que também te amo hoje?
Juro que eu queria postar hoje um filme que não fosse da Netlfix, mas este O Milagre vale o post porque tem a Florence muito bem dirigida pelo Lelio numa história de possível êxtase religioso numa época e lugar que não poderiam ser mais perfeitos para a criação deste filme.
Florence é Lib Wright, uma enfermeira inglesa que serviu na Guerra, em 1800 e pouco, consegue um trabalho bem atípico no meio do nada da Irlanda para observar uma menina que não se alimenta a 4 meses.
Não come nada. E está viva, forte.
As pessoas religiosas da região onde Anna mora começam a enxergar esse feito como um milagre.
Eles acham que ela não ter morrido é por causa de intervenção divina e a tratam com a reverência necessária, com visitas, orações e quase adoração.
Já as pessoas mais instruídas, educadas da cidade, acham que alguma errada está acontecendo na casa de Anna e por isso trazem Lib e outra enfermeira, que também é freira, para vigiarem a menina 24 horas por dias para terem certeza que ela não se alimenta de forma alguma, como sua família diz.
O inesperado acontece com Lib nesse fim de mundo, convivendo com fanáticos religiosos ao mesmo tempo que tem o respeito das pessoas da comunidade por ser uma mulher da ciência.
Digo inesperado ao mesmo tempo sabendo que alguma coisa aconteceria com qualquer pessoa que entrasse nesse ambiente tão único.
Mas Lib também tem suas peculiaridades, que a gente vai descobrindo aos poucos, num roteiro muito bem escrito e acima de tudo bem esperto.
Entender a jornada de da enfermeira da cidade grande nessa comunidade rural é o que dá a O Milagre o tom acima que o filme precisava para se diferenciar de mesmices panfletárias onde a religião, qualquer que seja, é usada para disfarçar discursos preconceituosos rasos.
A intimidade que o diretor chileno Lelio tem com suas personagens é fundamental para que essa história de dissimulações, fanatismo e amor, porque não, faz com que o panfletário, que citei antes, não aconteça e que O Milagre seja um experiência bem interessante em um ano que Florence Pugh entrou numa roubada que foi o filme do Harry Styles de onde ela poderia ter saído pior do que saiu mas que, como vemos neste filme, a inglesa é maior que o marketing escroto hollywoodiano.
NOTA: