Nostalgia não poderia nem deveria ter título melhor.
O filme sobre a ida de Felice a sua Nápoles natal para visitar sua mãe depois de 40 anos é uma das experiências mais italianas do ano, no melhor dos sentidos.
A ideia cinematográfica de nostalgia está intrinsicamente ligada à cultura italiana desde sempre.
E este filme do diretor, a indicação italiana ao Oscar Internacional não deixa nada a desejar aos clássicos, principalmente pelo trabalho fantástico do grande
Felice vive no Egito, “virou” muçulmano, casou e só foi encontrar sua mãe porque ela estava com problemas de saúde.
Chegou ao apartamento onde nasceu para encontrar inquilinas e descobrir que a mãe vive em uma micro apartamento insalubre no térreo do prédio. A desculpa que ele ouve é que fica mais fácil porque ela não precisa subir escadas.
Mas Felice sofre ao ver a mãe largada como está.
Aos poucos o italiano vai se acostumando ao bairro onde cresceu, que 40 anos depois está mais violento que nunca numa Itália mais violenta que nunca.
À medida que ele se lembra das ruas, dos cheiros e, pasmem, ele é reconhecido por vizinhos, Felice descobre que ele pode reviver algumas sensações como quando ele andava de moto com seu melhor amigo e sua mãe ficava preocupada e o quanto isso nos dias de hoje afeta a sua própria preocupação em relação a sua mãe.
A periferia de Nápoles toca um nervo central da memória de Felice fazendo com que sua vida leve um chacoalhão onde a melancolia e a tristeza brigam de igual para igual com uma felicidade que ele nem sabia que poderia sentir de novo.
NOTA: