Eu li que Animals era um drama belga gay.
Pronto. Não precisa mais nada pra eu assistir.
Aos poucos fui descobrindo que o filme era sobre Brahim, um carinha filho de muçulmanos e que por isso não poderia assumir seu namoro para a família.
Ele está na casa dos pais na festa de aniversário da mãe esperando que seu namorado chegue.
Namorado não, colega do trabalho, claro.
Eles trocam mensagens de onde está o fofo até que o namorado para de responder e Brahim começa a se preocupar.
Eis que seu irmão mais velho o chama pro lado e diz que proibiu o tal de entrar na festa porque ele não admite que a família seja desrespeitada nesse nível
E pior, ele não quer que sua esposa ache que ele também teria o mesmo desvio que seu irmão gay teria.
Brahim fica puto da vida e vai embora atrás do boy.
Fica sabendo que ele esteve no bar que sempre vão e bem desnorteado, acaba meio que discutindo com uns héteros escrotos na rua e entra no carro deles para levá-los a um bar que tenha mulheres.
Ao invés de ficar quieto, Brahim diz que é gay e a baixaria começa.
Eu juro pra você que eu não esperava assistir o que acontece daí pra frente em Animals.
A ousadia do diretor Nabil Ben Yadir é maior do que eu poderia imaginar, já pensando que o filme poderia ter uma reviravolta não de roteiro, mas de foco dramatúrgico, se é que isso existe no cinema.
Tem gente já comparando Animals a Irreversível de Gaspar Noé e a comparação não é totalmente errada.
Só que Noé é um puta diretor que soube contar sua história ridícula de absurda com o mínimo de comrpometimento.
Em Animals, Yadir toma algumas atitudes bem radicais que acabam não sendo as melhores.
Faltou uma cena, na minha opinião pra Animals deixar de ser um filme quase qualquer coisa para uma obra de arte.
Uma ceninha, Yadir. Poxa.
NOTA: 1/2