Nem sei por onde começar a falar sobre essa pequena pérola.
Não sei se por dizer que o filme é dirigido pela ótima Mali Elfman, filha do meu ídolo Danny Elfman do Oingo Boingo e autor das melhores trilhas dos filmes do Tim Burton.
Ou se digo que o filme é estrelado pelo inglês Rahul Kohli, o xerife de Missa da Meia Noite, série de horror da Netflix que todos nós amamos, certo?
Mas vou dizer que Next Exit é um filminho pequenininho com uma ideia genial e uma execução mais legal ainda.
Na distopia do filme, uma cientista consegue provar que fantasmas existem. Olha só!
Na verdade ela consegue filmar um menino jogando baralho com o espírito de seu pai morto.
A partir daí tudo muda, principalmente a noção do pós morte, do paraíso e toda essa papagaiada.
Com isso fica provado que a gente morre mas continua vagando pela Terra.
Para a felicidade dos tristes e deprimidos, que acham que suas vidas não valem a pena.
Eles agora podem sim morrer, sem que ninguém fique triste, e podem continuar vagando por aqui puxando sim a perna dos vivos, que vão saber que suas pernas estão sendo puxadas por fantasmas.
Daí essa cientista e sua empresa começam a receber pessoas que aceitam morrer em nome da ciência.
E lá se vão Rose e Teddy, 2 pessoas que não poderiam ser mais diferentes e que por problemas técnicos, digamos assim, precisam atravessar o país no mesmo carro alugado para chegarem a empresa da cientista e… morrerem.
Só que a gente sabe o que pode acontecer em road movies, em filmes onde personagens viajam juntos e trocam experiências mesmo sem querer.
O que eu juro que não esperava era que o roteiro escrito pela diretora Mali Elfman fosse tão bem construído e tão bem executado.
A trilha do filme é algo que me chamou muito a atenção, primeiro me incomodando muito com músicas que pareciam vindo diretamente de bandas shoegaze noventistas e que não “ornavam” com a narrativa de Next Exit.
Bobo eu, a trilha é linda demais. E eu nem sabia que Mali era filha de quem é, o que eu acredito que seja uma dica para entender o quanto a música é importante em sua vida.
Mas calma que o melhor está por vir: o final do filme.
Depois de achar que a trilha era ruim, eu tinha certeza que o final do filme também seria ruim.
Errei de novo, bobinho eu.
O final de Next Exit é com certeza um dos melhores de 2022 não só pela condução até lá mas muito por causa da atriz Katie Parker que com seu jeito de quase não-atriz, faz o que quer como a mulher desiludida que não só quer morrer pela ciência mas que também enxerga os fantasmas à sua volta desde sempre. E que mesmo com a comprovação de que eles existem e que assim ela poderia comprovar que não era “louca”, as coisas não são tão simples assim.
Maravilhoso.
NOTA: 1/2