God Forbid, Deus Me Livre, não é um puta de um documentário.
Mas deus me livre de ter uma história de novo tão punk quanto esta.
Na verdade, deus nos ajude que uma historinha destas apareça por aqui também, porque as possibilidades são enormes.
O filme conta a história desse casal que aparece ali no link do trailer: Giancarlo, um moleque de 20 anos de idade que trabalha na piscina de um hotel de luxo em Miami, é convidado nada sutilmente Becki, uma tigrona de 40 e tantos anos de idade, como ele conta, a subir para o quarto dela para se divertirem.
Ele se anima, claro, ele diz que como um moleque tarado de 20 anos era o sonho.
Antes deles entrarem ela diz que tem um detalhezinho: o marido dela iria ficar olhando.
Por ele tudo bem e lá vão os 2, se pegando fortemente enquanto o véio fica ali junto, meio que não tão perto, se masturbando vendo sua mulher se deliciando com o moleque fortinho e bonitinho.
Tudo normal, um casal com um relacionamento aberto, bem liberal, bom pra eles.
Se o casal não fosse Becki e Jerry Falwell Jr., provavelmente o casal evangélico mais rico e mais
“importante”dos EUA. Não preciso dizer nada, certo?
Giancarlo não fazia ideia de quem era o casal e continuou a brincadeira: toda vez que eles iam a Miami, se encontravam com o moleque e se divertiam muito entre 4 paredes.
Ele e a tal tigrona começaram a trocar mensagens meio apaixonadinhas, ela se dizendo bem animada, ele também, trocaram fotos e ele mostra pra irmã quem era a mulher que ele vinha transando e a irmã falou: mano, você tá doido!
Aqui começa um problema pra mim na história: no momento que o moleque descobre que tá tendo um caso com o casal mais escroto da política religiosa americana e resolve continuar com a brincadeira é porque ele também era um escroto, certo? Sem julgar, claro, só pra confirmar.
Aliás, é aquela história de estar na mesma com nazistas e não se levantar, você se torna nazista na hora.
Isso tudo aconteceu lá por 2013 e Giancarlo viu no relacionamento que tinha com o casal um chance grande de sucesso. Sei heheheh
Eles continuaram com esse namoro a trois por quase uma década onde, no auge, Jerry Falwell Jr, o punheteiro do quarto e pregador de televisão, ajudou com seu poder nas igrejas evangélicas e eleger o demônio Trump a presidência.
E o piscineiro michezinho, ops, bonitinho, lá junto, pegando autógrafo do Trump, dizendo que sempre foi fã do presidente laranjinha. Enquanto isso, o crente master fez do namoradinho seu sócio em um empreendimento milionário em Miami. E a vida continua.
Até que o cocô bate no ventilador e o michê, ops, desculpe, o piscineiro resolve que ele está sendo “usado”(oi?) e conta toda sua história para o Buzzfeed.
Eu lembro de ler a matéria ano passado e ficar chocado com a conivência de todo mundo, do crente mor, da esposa e principalmente do piscineiro até que pro não mais moleque a história não era mais interessante. E lá foi ele dar com a língua nos dentes e contou tudo, o que acabou com a vida do crentão mór. Obrigado, piscineiro.
Se você também leu a matéria do Buzzfeed ano passado, este documentário não trás nenhuma novidade. Se você não leu, veja o filme porque a história é muita cara de pau pra ser verdade.
Agora, o que me deixou muito chocado foi que o terceiro terço do filme conta muito da influência política do líder evangélico na política americana e no poder evangélico nas últimas décadas no partido republicano e como a eleição de todos os últimos presidente republicanos provavelmente só aconteceram por essa ligação com os terra planistas, anti tudo de lá.
Se isso não é o suficiente, o que eles mostram neste filme o que aconteceu para que Trump fosse eleito com o poder tele-evangélico, é o mapa do que aconteceu com a nossa eleição presidencial deste ano.
Todo o caminho das pedras está ali.
A família biroliro copiou ipsis literis o que fizeram com o Trump para ser eleito e continuam copiando o que aconteceu até ele ser extirpado da presidência.
Tudo o que assistimos neste Deus Me Livre é a previsão televisionada do Brasil de outubro/novembro de 2022.
O escândalo sexual é legal ver, principalmente porque colocou abaixo um cara que pregava com unhas e dentes a pureza da família e da monogamia e tudo mais. Mas ver como nos deixando ser manipulados pelo mesmo jogo podre da direita patrocinada por líderes evangélicos canalhas me deixou muito chocado.
Como diz o Moby em Natural Blues, a música mais precisa que é a trilha deste filme, “Don’t nobody know my troubles, but God”, “ninguém sabe dos meus problemas além de Deus”, é só um crente pisar na bola com um michezinho que fica todo mundo sabendo dos seus problemas, meu caro.
Só pra deixar claro, o piscineiro Giancarlo Granda passa o filme inteiro dizendo que ele foi manipulado e abusado pelo casal crente. Se você também acha que está sendo abusado ou manipulado por quem quer que seja, procure ajuda mesmo que anonimamente, não espere que a situação chegue a limites sem volta.
NOTA: 1/2