Estreou no MUBI, minha plataforma de filme preferida, um filminho estranhamente quase demais.
Explico.
Earwig é um drama belgo-francês que se passa em algum momento lá pelo meio do século XX onde Laurence, um homem de seus 40 e tantos anos, trabalha como cuidador de uma menina de seus 10 anos de idade, com quem mora.
Ele recebe dinheiro para as despesas semanalmente e telefonemas esporádicos onde dá informações sobre a menina e do que fazer a seguir.
Ah, quase me esqueço.
Mia, a menina de 10 anos, não tem dentes e precisa usar dentaduras com dentes de gelo, que devem ser trocadas tantas vezes ao dia quanto forem necessárias.
O relacionamento dos dois e absolutamente frio e distante, ele mais como um empregado do que um cuidador em si e ela tentando viver sua infância como pode em um cenário lúgubre.
Mas ele, à noite, sai para tomar alguma coisa no bar da esquina e a partir daí vemos o quanto Laurence é um personagem mais, digamos, interessante do que podíamos imaginar.
Mas Earwig não decola.
Apesar do esforço brutal da diretora e roteirista Lucile Hadžihalilović em fazer um filme bizarro, Earwig é estranho e só.
Nada é malucão demais para ser considerado fantasia ou mesmo um filme surreal e nem careta demais com pontos estranhos.
O filme vive em um limbo que eu tenho visto em vários filmes ultimamente, onde, neste caso, a diretora talvez tivesse estado mais preocupada com a criação do universo doidão da história e menos preocupada com a história em si.
Não por menos, Lucile Hadžihalilović é casada com o enfant terrible do cinema francês, Gaspar Noé. Só imagino como seja a macarronada de domingo na casa dos fofos.
NOTA: 1/2