Que filme maravilhoso é O Desconhecido.
Sente-se porque lá vem bomba.
Sentou?
O filme é da… Netflix!
O Desconhecido é um filme australiano, dirigido pelo ótimo Thomas Wright, estrelado pelo uso Joel Edgerton e pelo inacreditável Sean Harris.
Edgerton comprou os direitos do livro em que o filme é baseado, livro que descreve a história real de como o assassino de um menino de 13 anos de idade foi capturado depois de 8 anos do crime.
O filme conta como o policial Mark (Edgerton), com uma equipe competente, criou um esquema de que eles seriam um tipo de máfia e de como Henry Teague (Sean Harris), o suposto assassino foi cooptado a entrar nessa máfia e aos poucos foi se sentindo confortável o suficiente em meio a bandidos para então contar seus crimes anteriores.
Dane-se a história!
O que o diretor Wright fez nesse filme é alguma coisa que eu vinha procurando ver há tempos, um jogo de emoções extremas de personagens radicalmente opostos mas com vários pontos em comum, para o bem e para o mal, que pudessem explodir a qualquer momento e que sim, explodem em vários.
O roteiro é de uma delicadeza ímpar, apesar de contar essa história tão cruel e deprimente.
As barbas dos personagens principais representam tanto suas perspectivas de vida que O Desconhecido acaba criando novos níveis de percepção fílmica a partir de detalhes tantas vezes relegados pela audiência.
Joel Edgerton está bem demais como o policial que precisa se vestir de bandido todo dia para merecer a confiança e quem sabe, a intimidade de um assassino cruel numa criação impecável do grande Sean Harris, que me faz por vários momentos ter algum tipo de empatia com sua persona “mal entendida”.
Harris é um ator que vem voando por demais abaixo dos radares todos e que em O Desconhecido mostra mais uma vez a que veio, mostra o quanto ele é versátil e, desculpe mais um elogio hiperbólico, maravilhoso.
Seu Harry Teague vai entrar para o panteão de crápulas dos anos 2000. A gente consegue neste filme entender como um cara daqueles, o vilão da vida real, conseguiu um monte do que ele conta que conseguiu.
Tudo isso sem sair do drama, sem cair em tentações fáceis de suspense ou de file policial ou mais ainda, de entrar na moda e fazer um filme de terror de assassino cruel.
NOTA: 1/2