Que filme legal que é Watcher e tá passando totalmente abaixo do radar dos melhores do ano.
A estreia da diretora Chloe Okuno é inteligente, restrito, constrito, até, mas muito tenso.
Julia, um atriz desiludida, se muda para Bucareste com o marido que conseguiu um emprego incrível do outro lado do mundo.
Enquanto ele fica fora de casa o dia inteiro, ela tenta arrumar o que fazer, já que não fala a língua, não conhece ninguém, então tenta se climatizar à vida nova.
O que ela não esperava era encontrar um stalker em seu caminho, que além de seguí-la pra cima e pra baixo, ainda a observa de um apartamento do outro lado da rua.
Claro que o problema é que só Julia vê e sente essa perseguição toda e começa a pirar em um lugar que ela não conhece e pra piorar, em uma “redondeza” onde crimes horrorosos vem acontecendo onde mulheres são encontradas decapitadas, trabalho de um serial killer desgraçado.
Watcher não é revolucionário, não reinventa o filme de stalker, de paranóia, mas a força que a ótima Maika Monroe (de Corrente do Mal) traz pra sua Julia é incrível.
Ela é frágil e perdida a ponto de achar que está enganada, que nada está realmente acontecendo.
Mas quando o filme está prestes a se tornar um suspense psicológico óbvio, o roteiro nos dá um tapa na cara e mostra que nós espectadores somos bobos quando uma diretora do nível da Chloe resolve brincar com nossos sentidos cinematográficos, sem plot twist, sem reviravolta de roteiro, mas sim com o velho e bom texto bem escrito e ideia relevante que se suporta até o final, nas mãos de uma diretora mais que competente.
NOTA: 1/2