Eu terminei de assistir Nothing Compares, o documentário sobre Sinead O’Connor, uma das maiores de todos os tempos e cheguei a uma conclusão: que mundo desgraçado esse que a gente vive.
No início da década de 1990, Sinead apareceu vinda da Irlanda e com uma voz de anjo, linde demais e com um jeitinho punk lutador como ninguém por perto.
Aos poucos a indústria da música foi tentando transformá-la em uma artista pop mas ela não queria, não deixava e não virou a diva que os donos da música desejavam.
O bom deste documentário é que a gente enxerga exatamente a época onde Sinead “apareceu” e para quem não conhecia a história, entende exatamente porque Sinead sempre foi como foi.
O documentário é cheio de referências a personalidades gigantes da música, de Bob Marley a Kurt Cobain, de Kathleen Hanna a Billie Eilish e Chuck D do Public Enemy, mostrando o quanto a importância de Sinead vai de lá longe até os dias atuais.
Bob Dylan é um cara importante na história toda porque foi em seu show de 30 anos de carreira no Madison Square Garden que Sinead se apresentou pela primeira vez depois de rasgar a foto do Papa no Saturday Night Live, no que foi um dos atos mais radicais e importantes da história da música de todos os tempos, o que a levou a ser considerada persona non grata, sei lá, na Via Láctea.
Ah, claro, Nothing Compares é todo conduzido pela própria Sinead, o que deixa tudo mais lindo ainda.
E ao final ela diz uma frase que explica totalmente sua vida: “eles destruiram meu coração e me mataram mas eu não morri.”
E pra quem, como eu, animado pela história do hino Nothing Compares To you, os administradores do espólio do Prince prepararam uma surpresinha para o filme.
NOTA: 1/2