Uma das coisas que eu mais amo em Festivais de cinema são os documentários que dificilmente eu veria tão rápido.
Lynch/Oz é mais uma surpresa do #FantasticFest2022.
Mais uma porque já teve o do véio doido da fazenda com os cadáveres dos pais.
Quando eu li o título Lynch/Oz, eu imaginei que fosse um documentário sobre uma visita do mestre dos mestres David Lynch a Osasco.
Mas não (apesar de que seria lindo esse filme).
Lynch/Oz é sobre o amor. Não. É sobre a paixão. Não.
Lynch/Oz é sobre tudo isso mais a obsessão que Lynch tem com O Mágico de Oz.
E eu não fazia ideia disso, apesar de sempre ver as referências óbvias em seus filmes, de ter muita gente usando sapatinhos vermelhos, da aparição da Glinda, mas é tanta referência, tanta Judy, tudo meio que explicado neste documentário incrível.
Lynch/Oz é uma aula magna de cinema e de símbolos. O documentário funciona como um estudo tão, mas tão profundo sobre esse ponto nevrálgico da obra de Lynch que me fez lembrar o quanto eu amo teorias de mestrados e doutorados.
E tem mais: John Waters, outro dos deuses do cinema americano, fala e conta e disseca não só o amor de Lynch pelo filme mas seu próprio amor e o quanto o filme da Dorothy também é parte muito importante de sua obra.
Inclusive ele diz que já teve encontros com David onde discutiram muito do filme e também declarou que um de seus sonhos era um dia almoçar com David e com Margaret Hamilton, a atriz que faz a bruxa do leste.
Minha torcida agora é que Lynch/Oz seja distribuído o mais rápido possível para que todo mundo veja mais uma obra incrível do diretor Alexandre O. Philippe sobre um dos maiores filmes de horror infantil e o quanto a desgraceira toda da Dorothy moldou todo, sim, todo o cinema de David Lynch.
NOTA: