E não é que a Netflix lançou um filme bom de adolescentes?
Justiceiras é uma dessas comédias que se passa no ensino médio deles onde uma garota pobre, que estuda com bolsa em uma escola de ricos, é usada e detonada pelo namorado escroto com um vídeo íntimo que ela manda pra ele.
Daí o título do filme, onde ela resolve se vingar do bostão com a ajuda de uma menina nova na escola que também quer se vingar de sua ex namorada que lá estuda também e foi escrota com ela tempos atrás.
Justiceiras é bem legalzinho, elenco maravilhoso capitaneado pela semi brasileira Camila Mendes (de Riverdale) e pela Maya Hawke (a “feia” filha do Ethan e da Uma Thurman).
Camila é a latina pobre e Maya é a suposta lésbica rica justiceira.
Ambas querem vingança. Daí combinam de uma vingar a outras, sem que ninguém saiba que elas se conhecem e se ajudam.
Sim, esse é o plot de Pacto Sinistro de Hitchcock, ideia incrível que poderia rolar muito, ainda mais com um elenco muito bom em papéis menores que vai da Buffy Sarah Michelle Gellar a ótima Sophie Turner de GOT.
Mas calma que aí vem o problema.
Adivinha?
Sim, o roteiro.
É mal escrito, apesar de tudo ser quase bem resolvido.
O filme é enrolado, tem horas que a gente acha que se perde mas na verdade é o roteiro que se perde, é a história que se enrola. E não tem figurino lindo em tons pastel que vai salvar muito.
A direção boa da Jennifer Kaytin Robinson consegue segurar firme todas as derrapadas e o filme consegue chegar ao final.
Não é um bom final, na minha opinião, mas o filme chega lá.
Justiceiras tem a pretensão de ser um novo Heathers, talvez o filme adolescente mais inteligente e cruel de Hollywood, com a Winona e o Slater explodindo (literalmente) tudo.
Mas faltou um monte: faltou coragem, faltou roteiro bem escrito porque personagem tinha e motivo pra pirar tinha, porque a história é boa e irônica o suficiente pra que se atingisse um outro nível.
Quem sabe um dia. Duvido, mas quem sabe?
NOTA: