Começando do começo: Moonage Daydream é um filme como você, eu, ninguém nunca viu.
É um documentário sobre a vida, a obra e a carreira do maior de todos, David Bowie.
Mas não é.
O filme é um ensaio cinematográfico sobre sim a vida e a obra de Bowie mas nas palavras e imagens do próprio.
Bowie, na minha modesta opinião, o maior artista de todos os tempos (sim, pra mim é) teve a carreira mais icônica, mais inesperada e mais influente não só na música mas nas artes em geral.
Porque Bowie, em suas próprias palavras, era um generalista.
Ele não era só um músico, nem só um compositor e nem só um cantor.
Mas sua carreira foi sempre ligada à performance, ao corpo, com as referências mais diversas, algumas óbvias mas a maioria mais sutil, algumas delas que eu só descobri assistindo este filme já que pela primeira vez a família de Bowie autorizou que seu espólio fosse acessado para a criação deste filme.
E daí a gente assiste imagens nunca antes vistas, seus quadros nunca antes expostos, textos, fotografias, áudios que me deixaram por 2 horas e 20 arrepiado, ainda porque eu assisti este filme em IMAX, com a tela gigante e o melhor som de todos.
A liberdade que o diretor Brett Morgen teve foi invejável. Poder se debruçar sobre a obra de um artista deste porte, é ao meu ver, inédito, para no caso tirar um filme de lá.
E ele demorou 8 anos no processo, absurdos 1 ano e 8 meses só na mixagem de som, o que a gente ouve em detalhes nunca antes experimentados. Que delícia.
Aliás, eu sempre achei que Morgen não faria melhor que seu documentário sobre a morte de Kurt Cobain, Montage of Heck mas olha, que surpresa maravilhosa, como esse cara é ótimo!
Assistir Moonage Daydream é uma master class, uma aula magna, de filosofia, a partir do maior de todos que muito nos entregou sempre e que mesmo depois de morto tem ainda muito a nos ensinar.
Se seu legado continuar em experiências como Moonage Daydream, preparemo-nos para Obras de arte com O maiúsculo, com resultados catastróficos em nossos pequenos cérebros.
Que felicidade e que sorte estarmos vivos na mesma época que David Bowie.
NOTA: