A Life On The Farm é um dos documentários mais, como direi, pitorescos e bizarros que eu já vi em minha vida.
Oscar Harding, o diretor deste filme, depois da morte de seu avô, um fazendeiro de Sommerset, na Inglaterra, procurou no espólio uns vídeos que ele assistia quando criança que seu Charles Carson, vizinho de seu avô, produzia sobre seu dia a dia na fazenda.
Além dos filmes ele também produzia umas fotos bem engraçadas, para dizer o mínimo, onde ele posava ao lado dos animais que ele criava e também ao lado de uns bonecos de caveira que eram seus amigos.
Bom, de uma forma bem estranha, Oscar Harding conseguiu encontrar o filme e descobriu que quando criança, seus pais só deixavam que ele assistisse até uma certa parte do VHS e quando o filme continuou, Harding ficou chocado com o que viu.
Charles, o vizinho excêntrico, era uma mistura de personagem de Monty Python com algum personagem de qualquer filme bizarro de horror.
Ele era engraçado, era um cara super inteligente e criativo, inventava coisas e máquinas e, para ser educado, era uma pessoa que pregava a positividade da morte.
Oi? Explica? Explico.
Em tempos passados, no interior inglês, não existiam cemitérios como conhecemos hoje em dia. E quando as pessoas morriam ou eram enterradas nos terrenos das igrejas (alguns ricos enterrados dentro das próprias igrejas) ou eram enterradas em suas próprias terras.
Só que Charles, o vizinho engraçadão e excêntrico, em sua obra prima cinematográfica, fez muitas cenas com os cadáveres de seu pai e de sua mãe.
Depois de quase 1 hora assistindo as bizarrices de um fazendeiro doidinho inglês, descobrir que o cara fez o que fez com cadáveres, foi um choque desgramado.
E olha que se formos pensar friamente, ele não fez nada podre com os pais, nada muito diferente do que por exemplo era feito no resto da Europa no início do século XX quando as famílias tiravam fotos com seus mortos antes de serem enterrados, em poses parecidas como quando eles estavam vivos, como a gente viu muito no maravilhoso Post Mortem.
A Life on the Farm, apesar do choque, é um filme bem fofo, bem bonitinho com um final surpreendente e só digo uma coisa, se você gosta de filme de found footage, aqueles tipo Bruxa de Blair e VHS, assista esse documentário porque isso é found footage da vida real, com terror da vida real e mais uma vez a gente vê que nada supera a bizarrice do nosso vizinho fofo.
NOTA: 1/2