Carmen é um filminho muito do bonitinho mas quase não chega lá.
É uma comédia passada na ilha de Malta, um lugar bacana e estranho perdido no Mediterrâneo.
A história gira em torno de uma mulher, irmã do padre de uma das igrejas da ilha com quem viveu toda sua vida adulta, tomando conta dele como se fosse sua mãe.
E não só dele, de sua igreja também.
Ela é uma mulher totalmente largada, descuidada, que só tem olhos para o que deve fazer, como se fosse uma empregada que trabalhava por um teto e comida.
Até que seu irmão morre e ela tem que deixar a casa paroquial, onde mora. Como não tem família nem conhecidos, por ser considerada a estranha mal humorada da ilha, Carmen vai viver na rua, até que aos poucos arruma umas formas nada ortodoxas de ganhar dinheiro usando a igreja, já que o novo padre ainda não chegou, dando conselhos às pessoas escondida no confessionário e pedindo dinheiro de doação que ela começa a usar para sobreviver.
O filme poderia ser o máximo, com possibilidades lindas de momentos esotéricos, outros filosóficos, poéticos e eu imagino que a diretora Valerie Buhagiar até deva ter tentado essa linhas, como vemos em pouquíssimas cenas que saem de um roteiro quadradinho. Mas ela não se esforçou o suficiente e sua Carmen fica como uma personagem boba e sem graça.
Mas essa Carmen é a personagem vivida com maestria pela maravilhosa Natasha McElhone, que mesmo em um papel bobo, que alguns podem dizer que seja ingênuo, dessa mulher adulta que não viveu e não sabe se comportar no meio dos vivos.
Uma pena porque as possibilidades todas estava ali, faltou saber realizá-las, faltou dar graça, dar vida, a um roteiro morno e (quase) pretensioso.
NOTA: