Estava doido para assistir Um Marido Fiel, produção dinamarquesa da Netflix porque o filme é estrelado pelo ótimo Dar Salim e porque, diziam, era baseado em um livro de muito sucesso da “autora” Anna Ekberg que na verdade é o pseudônimo de 2 autores homens.
E isso explica muito.
O filme não é ruim.
Dirigido pela dinamarquesa Barbara Topsøe-Rothenborg, o filme conta a história de um final de casamento, onde a esposa descobre que o tal marido fiel tem um caso com uma colega de trabalho e ameaça contar a polícia sobre uma picaretagem que ele cometeu anos atrás para conseguir dinheiro para pagar um tratamento de saúde do filho.
Christian, o marido, resolve matar a esposa porque não quer ir preso e nem continuar casado com a chantagista. Só que ele mata a pessoa errada e, se não podia se ferrar mais ainda, a esposa descobre e exige que ele mate a amante senão, adivinha, lá vai ela pra polícia contar tudo.
Lendo o que eu escrevi eu veria esse filme na hora, como eu fiz.
Mas vendo o filme pronto eu não me conformo com um problema gigantesco de história, nem de roteiro, o que dá uma lição bem boa sobre cara de pau de autor.
Não adianta escrever bem se a sua ideia não se sustenta, se falta embasamento para que sua reviravolta de roteiro seja no mínimo plausível, tenha cara de real.
Porque em Um Marido Fiel essa reviravolta não cola. E claro que não vou contar nada aqui.
Dar Salim está ótimo, como sempre, no papel do marido fiel e acuado, inclusive com o physique du rôle perfeito de homem grande, forte, com cara de mal, acabar virando um tadinho nas mãos da esposa vingativa.
Pena que as mulheres do filme, que deveriam ser as reais heroínas desta história de traição estejam tão perdidas e tão mal construídas.
NOTA: