Que pena. Que dozinha.
Desde que eu assisti Nós (e odiei) eu fiquei torcendo para que o novo filme do brilhante diretor de Corra! daria a volta por cima e seu terceiro filme seria tão bom quanto aquele.
Não! Não Olhe! (de novo título com exclamação, agora com 2) é quase bom. Mas muito quase.
Se o filme tivesse sido lançado em 1954, seria uma revolução em Hollywood. Mas o filme foi lançado na Hollywood de Tarantino (que é citado sutilmente neste filme), na Hollywood onde Spielberg é Deus com D maiúsculo e nos entregou décadas atrás Contatos Imediatos do Terceiro Grau.
Mas não vou de jeito nenhum falar mal do Peele, o cara é bom e neste filme tem também algumas coisas elevadas ao máximo o que ele já mostrou em outros trabalhos como Lovecraft Country e sua trilha maravilhosa.
E neste Não! Não Olhe! a trilha é de arrebentar, o que me deixou muito feliz porque foi a grande surpresa pra mim.
E a outra pérola do filme, mas não surpresa, foi a Keke Palmer: que atriz! Ela vai da malucona que beira a viciada em crack, passando pelo drama sofrido e chega no desespero do horror sem sofrer, sem se esforçar e nos fazendo torcer por ela. E não só no filme mas nas premiações que estão por vir.
Mas falando do filme, o título é sobre um truque que o trio principal (vivido pela Keke mais o competente Daniel Kaluuya e a grande surpresa Brandon Perea) chega à conclusão que todo animal tem um modo de come se alimentar e outro de como não.
E eu não digo mais nada.
Mais uma vez Jordan Peele lança um filme que quanto menos você souber do que se trata melhor.
E o poster, o trailer, fizeram muito bem esse trabalho de esconder o roteiro, de não soltar dica nenhuma
Peele é bom, tem dinheiro, faz o que quer e como quer, mas tá deixando seu público na vontade.
Não! Não Olhe! me deixou animado, muito, principalmente porque eu fiquei esperando o que o filme prometia, o que o diretor prometia e ele prometeu muito, porque o crescendo foi extremo, foi alto, e o tombo de decepção veio.
Resumindo, quer saber de uma coisa?
Eu acho que Não! Não Olhe! só foi feito pro Jordan Peele contar a história do primeiro filme feito de um cavalo galopando com o jockey negro, a obra Cavalo em Movimento de 1878, citada no início do filme.
Juro.
NOTA: 1/2