Tem como um filme com a Rebecca Hall e o Tim Roth ser ruim?
Ainda mais sendo uma desgraça de um horror da vida real?
Ressurreição é esse filme, que começa com um drama sobre Margareth, uma mulher forte e bem resolvida que está começando a sofrer porque sua filha de 18 anos vai sair de casa para fazer faculdade longe.
De repente tudo muda porque Margareth vê ao longe David, uma pessoa que ela achava que nunca mais fosse ver na vida.
E a gente descobre que Margareth teve uma vida horrorosa com esse David, vida essa que ela não quer relembrar de maneira alguma.
E ela vai fazer o que puder e o que não puder para que aquelas lembranças não se repitam.
À medida que a gente vai descorindo quais eram aquelas lembranças, a gente vai entrando no joguinho cruel e baixo, bem baixo do diretor Andrew Semans. E isso é um elogio.
Ressurreição é doente, bem doente.
E é a prova da minha teoria de que todo filme de horror é “só” um drama elevado a enésima potência da desgraça humana.
Em Ressurreição o espectador presencia a personagem principal vivendo situações que as pessoas a seu redor, mesmo as mais próximas, as mais íntimas, acham que ela esteja delirando, porque não é possível que alguém mude sua vida tão radicalmente em tão pouco tempo.
E de vez em quando o nosso horror é sim real e o problema não é que as pessoas ao nosso redor não o sinta. O problema é que essas pessoas não acreditam que nós estejamos passando por isso e aí está o segredo de Ressurreição, um filme que não só comprova (de novo) que Rebecca Hall é ótima e faz qualquer coisa no cinema mas também que é um crime contra a natureza cinematográfica que não temos mais filmes com Tim Roth.
NOTA: