Nada como assistir um filme bem bacana com um italianão palmeirense como personagem principal.
Neste novo longa do diretor Luiz Villaça, Tony Ramos vive brilhantemente Pedro, esse solteirão bonachão que tem 3 paixões na vida: sua cachorrinha Calabresa, a bracciola de seu restaurante e o Palestra Itália.
Ama tanto que com a morte de Calabresa e o fracasso de seu restaurante, ele decide se suicidar no dia que o Palmeiras vencer o campeonato brasileiro pra partir feliz.
Só que ele encontra seus melhores amigos de infância depois de 30 anos separados que quando sabem dessa resolução esdrúxula, resolvem convencer Pedro que a vida vale a pena, apesar de todos os pesares.
45 do Segundo Tempo é uma comédia (tétrica) muito, mas muito mesmo bem dirigida por Villaça.
Possivelmente seu melhor filme, o diretor conta com Tony Ramos como eu nunca tinha visto antes, levando a comédia a patamares inesperados em momentos que usa cada detalhe passível para contar piadas, mesmo estando em segundo plano, com um meneio de cabeça ou respondendo a situações meio que “escondido”.
Só que a grande surpresa do filme (não pra mim, que tinha certeza que isso aconteceria) é o grande Ary França como o Padre Mariano, que fala mais palavrão por frase do que a gente esperaria de um pároco virgem.
Fora o que ele bebe e se perde, fora o que ele é engraçado também só com olhares, não perdendo nenhuma oportunidade de mostrar a que veio.
Fico só imaginando uma mini série do Padre Mariano revolucionando sua igreja, como na cena do filme em que ele precisa terminar logo a missa para salvar de novo Pedro e ele agiliza na entrega das hóstias aos párocos. Agiliza não, faz voar.
A história de 45 do Segundo Tempo é algo que eu ainda não tinha visto no cinema brasileiro, uma comédia que vai a extremos para contar essa história de morte. Mas também de vida e de amizade, o que é fofo para vender o filme. Mas o que importa mesmo é o quanto a morte é tema de piada atrás de piada em um roteiro meia boca.
Sim, o filme tem uma história ótima, elenco incrível e direção que tira leite de pedra em um roteiro cheio de furos e de cenas não resolvidas.
Uma pena, porque 45 do Segundo Tempo tinha tudo para ser aquele filme meio italiano de amigos q se reencontram, de comédia italiana oitentista linda mas acabou saindo mais um filme espanhol de hoje em dia estrelado pelo Barden.
O que não é ruim, veja bem. Acredito que o filme terá uma longa carreira nas salas de cinema.
Só acho que 45 do Segundo Tempo poderia ter sido muito mais do que é.
NOTA: 1/2