Assisti Clara Sola na Mostra de SP em 2021 e fiquei esperando que o filme entrasse em cartaz para escrever e indicar com força aqui.
A Clara do título deste filme da Costa Rica é uma mulher de seus 30 e tantos anos que vive em um vilarejo no meio do nada e tem a fama de ser curandeira.
E estranha.
As pessoas procuram Clara porque precisam de ajuda contra um câncer, ou por causa de uma unha encravada ou mesmo porque algum animal fugiu do sítio.
Mas Clara, uma mulher extremamente sensível e poderosa, com uma conexão linda com a natureza à sua volta, finalmente está saindo da barra da saia de sua mãe que a protegeu desde sempre achando que ela fosse santa.
Quando Clara, na verdade, é uma mulher que só agora está descobrindo sua sexualidade como pode, seja treinando beijo com um sobrinho ou beijando de verdade o moço novo na família, namorado de sua sobrinha.
Se os tempos fossem outros ou mesmo se o lugar fosse diferente, Clara seria considerada bruxa.
Para sua sorte (será?), ela é “só” considerada santa.
Dirigido com precisão por Nathalie Álvarez Mesén, Clara Sola é um filme tão estranho quanto sua personagem principal, por horas nos deixando com vontade de assistir mais e por outras nos dando vontade de pular pro final.
Vivida pela incrível Wendy Chinchilla Araya, Clara é o tipo de personagem que foi criado exatamente para nos causar os mais diversos tipos de reações, do amor e admiração a um bode e preguiça que logo passam.
Como toda “Santa”, Clara é mais punk que pura, é mais transgressora que “iluminada”e aí está a beleza desta pérola que pra nossa sorte está em cartaz nos cinemas.
NOTA: 1/2