Noites de Paris é o novo filme do francês Mikhaël Hers, seu primeiro desde o meu preferido Amanda, de 2018.
Aqui, Hers conta a história da nova configuração da família de Elisabeth, começando na noite de 10 de maio de 1981 quando Paris c estava em festa em comemoração aos resultados da última eleição presidencial.
Mas para Elisabeth a coisa era diferente já que seu marido tinha acabado de abandoná-la e a partir de agora ela teria que criar seus dois filhos adolescentes sozinha.
Para isso ela começa a trabalhar em um programa de rádio nas madrugadas, apresentado por uma locutora bem sóbria, uma personagem maravilhosa criada pela diva Emmanuelle Beart.
Para dar uma chacoalhadazinha ainda maior em sua vida, Elisabeth convida para morar em um quartinho de seu apartamento uma garota que ela encontra meio que na rua no fim de inverno francês.
A receita para um drama potente e porque não avassalador está criada, para nossa sorte pelas mãos do diretor Hers que não nega fogo e conta essa história de família (disfuncional, mas nem precisa dizer) nova, de sobrevivência, de encontrar caminhos pelo amor e pela solidariedade e mais que tudo, de nos mostrar personagens que vão se mostrando mais apaixonantes à medida que o filme vai passando.
A matriarca Elisabeth é vivida pela grande Charlotte Gainsbourg que com sua voz pequena e seu sorriso marcado faz o que quer e o que nem sabia que podia com um texto desses sob uma direção tão impecável.
Noites de Paris parece ser um filminho bobo, simplesinho mas não se deixe enganar.
A despretensão da obra e de seu diretor são fundamentais para que nossa experiência de quase 2 horas seja das melhores deste ano no cinema.
NOTA: