Fiquei meio passado quando terminei de ver The Forgiven por achar o filme ótimo e ler o povo falando muito mal desta pequena perolazinha dramática.
Talvez o povo não tenha gostado tanto do filme por não ser pretensioso, por não ter uma fotografia cheia de cenários com cores primárias sem sentido, por não ter uma trilha oitentista saída de cópias de filmes do Argento, como os cenários coloridos.
The Forgiven tem uma história classicona, sem reviravoltas de roteiro, sem surpresas escalafobéticas, sobre um casal de ingleses bem ricos chegando no Marrocos para uma festa de final de semana na casa maravilhosa no meio do Sahara de sua amiga bicha riquérrima também.
Só que no meio do caminho, o marido vivido pelo maravilhoso Ralph Fiennes, um cirurgião alcoólatra, atropela e mata um garoto no meio do nada.
Sua esposa Jo, vivida pela também maravilhosa Jessica Chastain, fica em choque e ambos chegam atrasados à casa do amigo Richard (Matt Smith) com um cadáver no porta malas.
O que prometia ser um final de semana de excessos de todos os tipos, pelo menos para o médico David vai ser bem diferente, já que o pai do menino morto exige que ele o acompanhe para o enterro de seu único filho, do outro lado do Sahara, em uma viagem de carro interminável.
A tensão cresce à medida que o carro vai atravessando as estradas vazias e a tensão também cresce com a esposa sozinha na festa cercada de tentações por todos os lados, principalmente o irresistível milionariozinho vivido pelo Christopher Abbott.
O diretor John Michael McDonagh é esperto o suficiente para não tentar truquezinhos de roteiro de comparar as situações extremas que seus personagens vivem e mais esperto ainda ao fazer com que sua história seja muito bem contada com uma miríade de personagens no mínimo pitorescos.
O que acaba de alguma forma sendo o ponto fraco do filme também, já que tem muito personagem para pouco tempo de tela, o que por um lado me deixou com vontade de ver mais e por outro me deixou pensando “pra quê?”.
NOTA: