Que filme doidão.
E que bom que filmes doidões como Tin Can ainda sejam feitos e distribuídos.
Diretamente do Fantasia Festival, esse body horror canadense, um neto meio bastardo do Cronenberg, é um absurdo.
Quase nada deve ser dito sobre o filme, pra que você tenha a mesma experiência que eu tive que assisti depois de só ter visto o trailer, que por mais intenso, não nos prepara nem de longe para o que está por vir.
Em um mundo zoado, uma cientista tenta descobrir como acabar com uma pandemia (?), doença estranha, nova forma de sei lá o quê.
Acontece que logo nos primeiros minutos ela desmaia e acorda dentro da tin can do título, que se fosse traduzido poeticamente seria “lata de sardinha”, pra falar do tamanho e do desconforto do lugar onde ela acorda cheia de coisas enfiadas em sua garganta e pelo seu corpo.
Por uma abertura de ar ínfima ela descobre que outras pessoas estão em condições parecidas e com elas a comunicação quase funciona.
Até que…
O canadense Tin Can é daqueles filmes que quando a gente tá meio que ficando cansado do que tá vendo, vem um dilúvio e de lá aparece uma arca de Noé.
Entende?
Melhor que não.
Se você gosta de distopia, horror, suspense, body horror, assista Tin Can.
O filme tem uma vibe bem desgraçada, com umas coisas que lembram filmes de horror europeus extremos da década de 1970, com uma trilha que parece meio piegas mas que embala o filme direitinho e o pior (ou melhor): além do Cronenberg, o diretor Seth A. Smith deve venerar o Kubrick. E nada mais digo.
Assista o trailer e depois de ver o filme, assista de novo. Fiz isso e a conclusão que cheguei é ‘caramba, esse povo que fez o trailer é bom demais’.
NOTA: 1/2