Não me xinguem mas eu assisti um filme do Liam Neeson fase ator de ação e sobrevivi para contar.
Eu me explico: li uma resenha de um crítico que eu super respeito que elogiou sutilmente este filme A Memória de um Assassino e de como Neeson era gentil com seus coadjuvantes, deixando que seus personagens menores aparecessem muito na trama.
Pra começar, os últimos filmes com Liam que me lembro de ter assistido por livre e espontânea vontade foram meu preferido Para Sempre Amor de 2003 e Café da Manhã em Plutão de 2005, fora os filmes do Batman que ele faz pontas que não contam pra mim.
Eu não conseguia entender como um ator muito bom como ele tinha se tornado um fazedor de filmes de ação, tipo um Bruce Willis da vida, ou um Clint ou Charles Bronson, atores que não chegam aos pés do Liam.
Mas sabe-se lá a quantidade de boletos que o irlandês tem pra pagar, não é mesmo?
Esse A Memória me animou porque os coadjuvantes são a Deusa Monica Bellucci e o ótimo Guy Pearce.
E sim, Liam fazendo um matador de aluguel com Alzheimer, aparece menos do que o esperado mesmo, deixando a dupla bem em destaque (ia escrever brilhar mas nada brilha aqui).
O filme é uma porcaria. Mesmo. Ideia interessante num roteiro tão normal que a gente adivinha absolutamente tudo o que vai acontecer no filme. Tudo mesmo.
Mas…
Diretores de cinema são seres bem peculiares e o neo zelandês Martin Campbell não é diferente.
Quem é Martin Campbell? Ninguém mais ninguém menos que o diretor que concebeu um dos piores filmes de todos os tempos, o Lanterna Verde, lembra? Pois é.
Mas o que eu quis dizer com sua peculiaridade é que o personagem de Liam, como já está em fase avançada da doença, esquecendo mais do que devia, anota em seu braço, com uma caneta grossa, tudo o que ele tem que fazer quando sai de sua toca, ops, esconderijo, tipo: matar o cara de bigode; fugir; voltar pro esconderijo.
Vi isso e na hora pensei, olha só, os caras se inspiraram em Memento.
Daí eu me liguei que o Guy Pearce, ator de Memento, é o agente que está atrás do matador de aluguel desse filme.
Viu só como o diretor faz o que quer quando (quer) pode?
Engano meu achar que era só isso.
Em uma cena lá na frente do filme, sem spoiler, o matador sem memória explica ao agente do FBI que para se lembrar do que fazer ele escreve no braço, já que o remédio do Alzheimer não faz mais efeito.
E nesse momento o universo cinematográfico se abre um pouquinho em um turbilhão de um buraco negro que suga a alma do Guy Pearce que está ali participando dessa cena e possivelmente sendo homenageado por esse diretor tão… cara de pau.
Só por isso eu dou uma claquete ao filme, porque até la Bellucci o cara conseguiu “estragar” em seu filme. Mas ganharia mais uma claquete se tivesse colocado o Guy Pearce de peruca de havaianas.
NOTA: