Se o povo aqui no Brasil não fosse bunda mole esse filme se chamaria O Peso Insuportável do Talento Gigantesco.
Que é o que melhor definiria Nicolas Cage, o ator que a gente tanto ama e aqui neste caso, o personagem que o próprio vive nesta comédia também produzida por Cage.
Quer dizer, temos o multiverso Cage na nossa cara.
E ele não decepciona.
O Peso do Talento é um filme tão grande e tão importante para Nic Cage quanto foi Hudson Hawk – O Falcão Está à Solta para Bruce Willis em 1991.
Só espero que este filme do Cage não caia num quase ostracismo quanto caiu o melhor filme de Willis.
E eu tento explicar, apesar dos filmes serem bem diferentes.
Você vai se perguntar: mais um filme do Nicolas Cage? Sim, vai na minha que esse é incrível.
O Peso do Talento é uma comédia bizarra, extremamente bem escrita e muito bem dirigida por Tom Gormican.
No filme, Nic Cage está num momento difícil de sua carreira e de sua vida pessoal quando recebe um convite de um “job” atípico: fazer presença em uma festa de um milionário espanhol.
Claro que ele não topa até saber que o cachê é de 1 milhão de dólares, sendo que ele descobre estar devendo 600 mil só de aluguel no hotel chic onde mora.
O problema é que chegando na ilha de Mallorca ele descobre 2 detalhes que vão dar a tônica do filme.
Primeiro é que o tal milionário vivido por um inspiradíssimo Pedro Pascal, escreveu um roteiro de um longe que espera que Nic seja o ator principal.
Segundo que Javi, o milionário, é na verdade o maior contrabandista de armas da península ibérica e na mesma casa que está Cage, também está o cativeiro da filha sequestrada do candidato a primeiro ministro da Espanha, seu adversário.
O que acontece a partir dessas duas informações é uma das histórias mais legais que você vai assistir em um filme este ano, eu tenho certeza.
A ideia de usar o próprio Nicolas Cage como ator vivendo ele mesmo como personagem é genial não só por isso, mas também porque o roteiro do diretor Gormican vai além e usa vários outros personagens da prolífica carreira de Nicolas Cage para resolver probleminhas que vão aparecendo na história.
O Peso do Talento é uma comédia de ação tão boa, que deve ter custado 1/5 de um filme como Bourne por exemplo, que ninguém aguenta mais assistir por se levar a sério demais.
E se os estúdios fossem inteligentes, o que obviamente não são, e tem piada sobre isso neste filme, mais histórias absurdas como essa seriam produzidas em Hollywood.
Aliás, tá aí a ligação com Hudson Hawk, o quase surreal, a inteligência do filme de ação que não se leva a sério demais.
Em O Peso do Talento a quantidade de piadas críticas sobre Hollywood é quase infinita e pra você ter uma ideia, os filmes estrelados por Nic citados no filme, que eu me lembre vão de Face Off a Con Air – A Rota da Fuga, passando por Coração Selvagem, A Rocha, Adaptação, O Feitiço da Lua, Croods, Peggy Sue – Seu Passado a Espera, Despedida de Las Vegas, O Capitão Corelli, O Guarda-Costas e a Primeira-Dama, 60 Segundos e claro, Mandy e Arizona Nunca Mais.
Juro, esses são os que eu me lembro agora sem fazer força, se for pesquisar devem ter outros ainda.
E já que eu tô nuns dias de comédia romântica, poderia até dizer que o improvável casal formado por Cage e Pascal seja um dos mais incríveis dos últimos tempos e que O Peso do Talento seja senão a primeira, a melhor comédia romântica de ação dos últimos anos e já um dos meus preferidos de 2022.
NOTA: 1/2