Nada melhor que um filme estrelado pelo heartthrob italiano, o super star das telas macarrônicas, o talentoso e lindoso Alessandro Borghi.
Tempos atrás eu ficava perguntando como ainda não tinham levado Borghi pra Hollywood.
E quando algum espertalhão levou foi pra fazer uma série muito ruim, Devils.
Mas pra nossa sorte o ator de Suburra voltou pra casa e fez esse Mondocane.
O filme é uma mistura esdrúxula de Mad Max com Blade Runner e aqueles filmes de molecada unida tipo Senhor das Moscas, que ninguém nem lembra, só usam de referência mesmo.
O filme se passa num futuro distópico italiano onde a criminalidade chegou a extremo de ter crianças no comando e também de ter muitas e muitas crianças presas, fazendo trabalhos forçados, sofrendo muito.
(E o problema de falar em distopia nos dias de hoje é que quase tudo que a gente assiste pode ser considerado distopia, já que virou moda repensar no futuro, re-imaginar o que ainda não veio e o que tempos atrás era interessante demais, hoje em dia tem gente falando até que novela da Globo que se passa no meio do mato é distópica.)
Borghi faz o papel de Testacalda, o Cabeçaquente, chefão da molecada delinquente que já está procurando entre os petizes alguém para sucedê-lo.
O que ele não esperava era que essa possibilidade surgiria entre os amigos Pisciasotto (mijo solto) e Mondocane (mundo cão), dois moleques que eram quase escravinhos de um pescador bêbado que vivia perdido em um barco encalhado, como a vida de todos eles ali naquela periferia italiana perdida no futuro perdido.
Toda a ação do filme é baseada em como as Formigas, os moleques liderados pelo bigodudo bravo Testacalda, fazem para sobreviver não só roubando, matando e brigando com a polícia fascista mas também como eles fazem para sobreviver dentro do formigueiro.
O problema do filme é que a ação não chega aos pés de um Mad Max e também não é um dramão do nível de um Blade Runner.
E ficar no meio do caminho nunca é legal.
Apesar de cenas lindas em cenários reais que mais parecem que foram modificados para a tal distopia, que só mostram que vivemos mesmo no fim do mundo, apesar do elenco ótimo, faltou profundidade à histórias das crianças abandonadas recebendo amor de um desconhecido que os ensina da forma mais torta possível o amor de família, o carinho, a ajuda, o ombro, em um mundo onde nada sobrou além da violência.
NOTA: 1/2