O cinema brasileiro atingiu o triste “patamar” onde só 3 tipos de filmes são produzidos.
E lançados, de alguma forma.
O primeiro é a comédia, que já há décadas domina o Brasil.
E eu sempre digo que é o “nível globo filmes” de cinematografia preguiçosa, palatável e facilmente esquecida ou confundida.
Afinal, você não sabe qual filme do comediante magro que mora em Miami foi lançado por último, ou qual filme da engraçadona que fala rápido tem o galã mais canastrão.
Não tem nada errado em fazer comédia, claro, eu adoro, inclusive, mas gente, vamos sair da mesmice, dos roteiros formulaicos.
O segundo tipo é a cinebiografia.
O cinema brasileiro descobriu, claro que através da bilheteria e de novo, da facilidade, que fazer filme sobre personalidades, contando suas histórias (quase) sempre de superação e sucesso e fama, dão certo.
Não tem nada errado aqui também, se não fosse uma quase “opção de exclusividade”.
Pior que isso é que esse estilo cinebiográfico lançou um sub-estilo que é o de filmes dirigidos por atores alternativos e mega famosos e ricos, estrelado pelo Seu Jorge.
Todos eles medíocres, no sentido do mediano, mal dirigidos a partir de ideias boas mas que acabam se pasteurizando.
O terceiro e meu preferido, por falta de opção, tipo de filme brasileiro dos nossos dias é o filme independente, o indie brasileiro.
Esse indie geralmente tem uma história boa, interessante, na maioria das vezes num estilo não óbvio, são filmes de gênero.
Só que as ideias boas acabam sendo não tão boas quando transpostas para a tela ou porque algum produtor resolveu que as locações são muito longe umas das outras e por isso filmam nas mesmas 2 ou 3; ou por falta de dinheiro o diretor não tem tempo de ensaio e muito menos opção de rodar takes e mais takes e confia na cena que pode ter dado certo; ou pior que tudo, não tem dinheiro para elenco e tem que se virar com o que consegue.
E mais nada.
As Almas que Dançam no Escuro, que está só até hoje disponível no Fantaspoa nesse link, de graça, é um indie de suspense com pitadas de horror que, infelizmente erra na mosca com o elenco e com a condução de seus personagens em um suspense que tinha tudo para dar certo mas que acabou me fazendo perder interesse pelo que eu estava vendo quando os maneirismos e cacoetes dos atores, desde o malandrão que fuma ao suspeito com a faca que gira ou o padre que mal sabe falar e tem um terço no pescoço.
Quer pior?
Tem um “diabo” dono de um inferninho, claro, que usa uma tiara de chifrinhos de led e unhas pintadas de preto.
Tudo pra contar a história de um pai querendo descobrir quem matou sua filha que ficou malucona e pintou o cabelo de azul e fez uma tatuagem?
Faça-me um favor.
A nota vai pela intenção, que não pode morrer nunca.
NOTA: