Uns 20, 25 anos atrás quando a Argentina lançava a torto e a direito filmes fofos e bobos como Granizo, aqui no Brasil a gente ficava babando, sem entender como los hermanos (ops) conseguiam essa façanha e o cinema brasileiro não.
Hoje, depois de baldes de comédias bobas e fofas lançadas por aqui, assistir Granizo é ver um filme que poderia facilmente ser passado no Brasil.
Granizo é a história de uma meteorologista amado por todos, uma espécie de pop star da televisão, que acerta tudo o que “prevê”.
Só que como diz o velho ditado, ninguém se lembra das suas glórias quando você chafurda no lodo.
O cara passa a vida toda acertando a previsão do clima e foi só errar uma vez, justamente durante uma tempestade de granizo que assolou Buenos Aires que Miguel Flores (Guillermo Francella) é cancelado.
Mas não cancelado no Twitter nem no Instagram, o herói do tempo é xingado, odiado, não pode sair na rua, recebe vaias até dos seus vizinhos tão próximos.
O resto do filme é uma enrolação besta para tentar fazer de Miguel o sol na vida das pessoas novamente.
E eu digo enrolação besta porque a “ideia” dos roteiristas aleatórios para alcançar tal feito “laineg” (genial ao contrário), é uma das coisas mais sem sentido do cinema argentino.
E não, o filme não é uma discussão sobre a cultura do cancelamento, porque Granizo não chega a esse nível de profundidade. E até que poderia ser porque o personagem de Miguel é mais multifacetado do que o normal que esperaríamos num filme desse nível.
Mas não, leitor, o filme não é ruim. Só não é bom, é daqueles bonitinhos que quando chega a hora de relevar a bobagem, a gente tá vendido e releva.
Muito disso graças à atuação do grande Francella, um dos grandes atores comediantes argentinos, alguém que se eu fosse comparar, poderia ser o Renato Aragão de lá, ou um Chico Anísio até.
Ah, tá na Netflix.
NOTA: 1/2