Continuemos com documentários essa semana.
Jane Por Charlotte é um filme que vi na Mostra de SP em 2021 e não sei porque cargas d’água não havia postado aqui ainda.
O filme é uma conversa entre mãe, a diva das divas Jane Birkin, e sua filha, estrela do novo cinema francês e diretora deste doc, Charlotte Gainsbourg.
Mas não se deixe enganar: Jane Por Charlotte é bem meia boca.
Um documentário feito por uma ótima atriz e cineasta que não sabe o que está fazendo direito, sobre uma diva do cinema e da música e da vida, sua mãe, que parece estar a milhares de kilômetros de distância da filha.
O filme acaba servindo para uma aproximação entre as duas, o que me deixou muito chocado.
Eu esperava ver e ouvir histórias incríveis da mulher que mudou o papel da atriz no cinema europeu, que se casou com o homem mais amado/odiado da França, Serge Gainsbourg, pai de Charlotte e um dos Deuses da minha vida.
Queria saber como foi ter escrito e gravado o clássico dos clássicos “Je T’aime… Moi Non Plus” e como foi ter feito o filme homônimo.
Queria saber como é ter seu nome na bolsa mais desejada do mundo.
Mentira, já sei de tudo isso, mas queria saber tanta coisa e saí do filme quase sabendo menos do que já sabia.
Jane em frente de Charlotte era o encontro que eu esperava onde, inclusive, achei que conheceria mais ainda Charlotte, que descobri em uma Mostra de SP anos atrás quando assisti um filme dirigido pelo Serge, o pai dela, sobre um roteirista doidão que convidava seus amigos para irem na casa dele verem sua filha adolescente tomar banho pela fechadura da porta do banheiro (o clássico horroroso obrigatório Charlotte Forever).
Mas não.
Saí do filme com a sensação de que Jane Por Charlotte é uma chamada para o museu Serge Gainsbourg que vai ser inaugurado esse ano no apartamento do bardo, que foi preservado minuciosamente desde sua morte, com a comida estragada, as bitucas de cigarro e tudo mais que tinha lá dentro.
Vale a pena? Vale.
Precisa? Só se você tiver tempo. Ou amar os Gainsbourg como eu os amo.
NOTA: