Attica é aquele documentário caretinha, todo certinho, que a gente tá cansado de ver, esteticamente falando.
Vai contando a história através de entrevistas e de imagens de arquivo recuperadas pelos diretores.
A pegadinha é que Attica conta uma puta história, a da revolta de 1971 na penitenciária de Attica.
Da forma mais acadêmica possível, a dupla Stanley Nelson Jr. e Traci A. Curry nos mostra como que lá no início dos anos 1970, no auge do flower power, dos hippies, do “faça amor não faça guerra”, como que em meia a tanta onda boa, os presos eram tão maltratados, tão largados.
Alguns desses presos estão ainda vivos e contaram suas histórias.
E não só eles.
Guardas, carcereiros e principalmente os homens que atuaram no meio campo da conversa entre os detentos e os oficiais dão suas versões da história. Quer dizer, concordam com a única versão possível, já que tudo foi muito bem documentado pela mídia da época, no que é considerada uma das maiores catástrofes do história carcerária nos EUA.
A importância de Attica ao meu ver, é que tudo o que a gente assiste no filme, todas as imagens, os depoimentos, tudo parece que aconteceu ano passado. A falência do sistema prisional que existe por lá e por aqui até os dias de hoje é coisa absurda demais.
Os problemas que levaram a sociedade americana àquele ponto não são nada diferentes dos que ainda existem hoje por lá. E pelo mundo todo.
Os maus tratos que impingiam aos homens presos em Attica, ao sabermos hoje, 50 anos depois, parece história de séculos passados.
E repito, não que hoje em dia a coisa toda esteja muito diferente, e por isso que Attica é O filme a ser visto.
Sei que é muito polianismo falar que devemos saber do passado para não repetirmos os erros no futuro em tempos de Bolsonazi, mas essa é uma das grandes verdades da vida.
Estudar, conhecer, saber para melhorar.
NOTA: 1/2