Horrorzinho argentino no meio da semana é sempre uma boa.
Ainda mais quando é um horror da vida real.
Melhor ainda quando tem uns personagens gays que você não sabe se ama ou odeia.
Esse é A Dose, a história de Marcos, um enfermeiro que trabalha na terapia intensiva de um hospital do interior e que de repente vira suspeito de algumas mortes estranhas que estão acontecendo em pacientes que não necessariamente estavam à beira da morte.
Só que Marcos percebe que Gabriel, um enfermeiro novo, meio bonitinho, interessante e que se joga descaradamente pra cima de Marcos, tem uns métodos estranhos de tratar desses pacientes.
Marcos já viu Gabriel em atitudes estranhas, tipo tirando sangue de uma paciente, dando remédio a outra na hora errada.
Mas Gabriel é esperto, aquele tipo charmoso e galanteador, que está sempre disposto, dando presentes, caronas, saindo pra beber com Marcos, que está sempre de pé atrás.
O legal do filme é que mesmo que a gente saiba o que realmente está acontecendo no filme, por momentos em duvidei desta compreensão, achando que talvez tivesse cochilado em algum momento e perdido alguma coisa.
A Dose é um filme pequenininho, daqueles que o diretor faz o que quer, do jeito que quer, com a fotografia que quer e o melhor, escolhe o elenco que quer.
E como Martín Kraut sabe fazer bem, criando clima, entregando seus personagens aos poucos e nos envolvendo da maneira certa.
Seu filme é uma surpresa boa e mais um exemplar ótimo do cinema de gênero latino, no nível de um Carro Rei ou de um Pedra, Papel e Tesoura.
NOTA: