Vamos por partes porque eu tenho um monte a detonar essa porcaria que é Sundown.
Primeiro que o filme é dirigido pelo mexicano Michel Franco, um cara que eu além de não entender como consegue dinheiro pra fazer filmes, eu também não entendo como ele consegue fazer filmes com um elenco como o de Ao Cair do Sol e nem entendo como o povo gosta desse cara, queridinho do Festival de Veneza e tudo mais.
Seu filme anterior, Nova Ordem, é um dos filmes mais pretensiosos e mal realizados do século, tentando ser uma versão de Parasita e errando na mosca, como disse muito nesta resenha aqui lincada.
Segundamente (oi?) que Ao Cair do Sol é um filme estúpido sobre uma das histórias mais sem graça da década, onde um milionário em férias em Acapulco com a família resolve largar tudo para ficar na praia tomando cerveja porcaria.
Sim, esse é o filme.
Neil (Tim Roth) é esse milionário que está em um hotel luxuosíssimo com sua irmã e sobrinhos, de boa, comendo bem, numa piscina de borda infinita privativa.
Alice (Charlotte Gainsbourg), sua irmã, recebe uma ligação que a mãe deles morreu e eles se apressam para voltarem a Londres.
Ao chegarem no aeroporto Neil percebe que esqueceu seu passaporte e volta para a praia enquanto a família chorando e gritando de desespero volta para o funeral.
Só que Neil não só não perdeu o passaporte como ele muda de hotel, desliga seu celular e resolve ficar.
E o filme mostra ele em contato com uns pilantras, mostra ele conhecendo uma local e abrindo mão de uma fortuna que ele acha que não precisa mais.
Mas claro, sem abrir mão de tudo.
Mais uma vez Michel Franco faz um filme com duras críticas ao capitalismo, às riquezas de poucos, mas com um pé atrás, sem largar o osso.
Sabe papo de liberalzinho que diz não ser nem de esquerda nem de direita e quem não tem político de estimação?
Esse é o discurso do diretor através de seus personagens, sempre o burguês (de verdade) que quer dar uma volta pela pobreza mas com a âncora e o bote salva vidas à espera do “cansei, quero meu filé mignon de novo” e pior, com o papo de “o wild side é interessante até que não comece a nos matar e tomar o que é nosso”.
Agora, justiça seja feita: a equipe desse diretor uó é boa demais pra conseguir esses 2 atores incríveis para estrelarem seu filme e ainda por cima por colocarem esse filme no radar.
Podres: o filme e a filosofia.
NOTA: 1/2