Lembra que poucos dias atrás eu escrevi sobre o lixo que é Bigbug do francês Jeunet?
Bom, se o diretorzão bacana de Amélie Poulain e Delicatessen não tivesse se perdido em algum momento, ele com certeza teria dirigido Freaks Out.
O absurdo do filme italiano conta a história de um circo de freaks, como assim eram os circos lá na década de 1940 e antes.
Só que o circo tem um probleminha com a tomada da Itália pela Alemanha e com isso um circo nazista começa a viajar pelo país procurando os freaks mais poderosos.
Adivinha a razão?
Porque Franz (o maravilhoso e muso Franz Rogowski), um freak alemão, um homem com 6 dedos em cada mão que toca piano como ninguém, só não foi morto pelos Mengeles nazistas porque seu irmão, um alto oficial nazista o proteje e banca sua ideia de montar um exército com pessoas com super poderes.
Os freaks de circo.
Daí sua busca incansável.
Ah, Franz não só toca piano como ninguém como ele tem outro dom: ele enxerga o futuro.
Ele sabe que Hitler vai se matar, sabe que o exército alemão vai perder a guerra, mas também consegue “enxergar” músicas do futuro e tocar em suas apresentações como suas.
A primeira música que ouvimos sob suas mãos com seus 12 dedos é Creep do Radiohead “Im a creep, I’m a weirdo”, canta o freak.
A direção de arte de Freaks Out é linda, como você pode ver no trailer abaixo.
O circo nazi é rico, grandioso, espetacular, como deve ser um circo.
Só que muito do mal.
Como disse eles viajam a Itália atrás dos estranhos poderosos e aqueles que por sorte não são “contratados” pro circo de horrores, acabam criando uma milícia para defenderem o país dos alemães.
Mas Franz e seus soldados armados até os dentes encontra o nosso quarteto fantástico, vindos de mais um circo falido: Matilde, a menina que dá choque elétrico, Cencio, o homem que controla os insetos, Mario, o homem imã e Fulvio, o gigante forte e peludo como um lobisomem.
O que os 4 não sabiam era o poder que realmente tinham, que era maior que seus showzinhos no circo.
E o que Franz não sabia era também o quanto os quatro eram fortes e poderosos.
Freaks Out é o perfeito filme de super heróis, ou de gente normal que é considerada “freak” por ter algum tipo de poder que não é normal e que as pessoas não entendem e nem respeitam, só que como todo filme de super herói, e como dizia Hitchcock, “it takes a thief to catch a thief”, você precisa de um ladrão para capturar um ladrão.
Aqui precisa-se de um freak do mal, nazista, para capturar outros freaks, para entendê-los e para saber como se aproximar para dar o bote.
Freaks Out poderia facilmente virar uma mini série mas eu torço para que se virar, seja sob a batuta do diretor Gabriele Mainetti, que nos entrega um filme incrível, não só muito bem dirigido mas também com um roteiro muito amarradinho, apesar da quantidade enorme de personagens e de uma ou duas histórias paralelas que não precisavam existir.
O filme estreou no Festival de Veneza de 2021, passou como atração especial no Fantastic Fest e pelo que sei só tem uma cópia bem pesada rodando por aí.
Não perca.
NOTA: