O Slamdance Festival tá se saindo melhor do que eu esperava.
KILLING THE EUNUCH KHAN é uma das melhores viagens visuais dos últimos anos, diretamente do Irã, direto da mente do roteirista e diretor Abed Abest.
O filme é sobre um serial killer que usa suas vítimas para matar outras vítimas.
Fim.
Brincadeira.
O filme é um filho direto de um casamento nada usual do mestre chileno Jodorowsky com o mestre dos mestres russo Tarkovsky.
O detalhe é que o filme nasceu em 2022, com a nóia dos nossos tempos, com a violência de um Irã como não estamos acostumados a ver no noticiário ou mesmo nos filmes poéticos, líricos e quase supra reais vindos de lá.
KILLING THE EUNUCH KHAN é também lírico, mas do mal.
E o surrealismo iraniano do diretor Abest é o que faz deste filme uma obra prima.
Não, KILLING THE EUNUCH KHAN não é pra todo mundo. É um filme lento, contemplativo e lindo, muito lindo, com uma fotografia que deveria ser usada como referência daqui para a frente.
E com uma direção de arte que nos conta quase que uma história a mais com seus vermelhos sangue, que brotam das ruas, escorrem pelas escadas e cercam os passos e a existência do assassino que não é.
Nada me preparou para a experiência de ver esse filme.
O roteiro é tão sutil comparado a fotografia e ao visual todo tão explícito que por vezes eu tinha dúvidas sobre a intenção real de seus personagens.
Já ouviu falar em mind blowing, em explodir o cérebro?
As definições foram revistas depois dessa porrada iraniana.
NOTA: 1/2