Se não bastasse ter um filme como Drive My Car visto nos últimos tempos, seu diretor Ryūsuke Hamaguchi teve a manha de lançar outro filme maravilhoso em 2021, Roda do Destino.
Hamaguchi chegou a um nível de direção, de saber contar uma história, de saber criar universos, de saber criar personagens com profundidade que eu fico até chocado com o que vem por aí.
Roda do Destino é dividido em 3 partes, em 3 contos que, apesar de se passarem no Japão, parece que se passam em um multi verso (eu ia escrever universo paralelo, mas quis entrar na modinha) de tão específicos e únicos que são, apesar de que eu me relacionei facilmente com todos eles.
São sempre histórias de amor e de acaso, ou histórias onde o acaso interfere no amor.
Mas aquele amor que faz com que as pessoas não pensem direito. Será então paixão?
No caso de Roda do Destino acho que o acaso importa mais ainda que o amor e isso é uma coisa a ser muito explorada ainda no cinema, apesar dos grandes exemplos que temos nos filmes de Éric Rohmer, o ídolo declarado de Hamaguchi.
O diretor mostra que mais e mais ele tem se tornado O diretor de personagens femininas, cada vez mais profundas e mais interessantes, mas não só.
Em Drive My Car (filme que vem ganhando todos os prêmios pelos EUA e que deve sair premiado no Oscar), Hamaguchi faz de seu diretor/ator Kafuku um dos grandes personagens do ano.
Mas em Roda do Destino ele nos entrega pelo menos 4 mulheres que não me saem da cabeça desde que assisti esse filme pela primeira vez meses atrás.
Revê-lo no cinema foi uma bênção e super recomendo.
NOTA: 1/2