O drama Filhos do Ódio, disponível na Netflix é um filme ruim.
Mas necessário.
O filme é baseado na história real de Bob Zellner, um jovem estudante universitário que no início da década de 1960, vivendo no estado mega racista do Alabama, EUA, resolve lutar pelos direitos e liberdades dos negros, em uma época que a Klu Klux Klan mandava, demandava e matava quem eles queriam.
Logo Bob se torna pessoa non grata em sua cidade e sendo vigiado bem de perto pela KKK.
E com um detalhe bem importante: seu avô era um dos chefões da Klan em seu estado e não suportava ver seu filho loiro de olhos azuis fazendo o que estava fazendo.
Uma das coisas mais legais da história é que a lendária Rosa Parks, aquela negra que se sentou em um banco exclusivo para brancos em um ônibus e conseguiu acabar com a lei de segregação em transporte público, essa mulher faz parte da história de Zellner.
Mas o roteiro do filme é tão raso que parece que o que o personagem principal faz não tem a menor importância, nada é profundo o suficiente pra que a gente tenha empatia com o personagem.
A história é linda, necessária, importante demais para não ser contada, só que aí mora o perigo.
Filhos do Ódio foi dirigido por Barry Alexander Brown, um dos grandes editores de Hollywood, já indicado ao Oscar algumas vezes por suas colaborações, desde o início da carreira de ambos, com Spike Lee, que atua como produtor executivo do filme.
Brown é um grande editor e um péssimo diretor.
Filhos do Ódio parece um episódio mal filmado de uma série educativa mal feita para aula de história de adolescentes que não prestam atenção a nada.
Daí fizeram esse filme como se fosse um be-a-bá do que teria sido a história real.
E pra piorar ainda mais, o ator que faz Bob Zellner, Lucas Till, é bem ruim.
O cara tem 2 expressões que usa o filme inteiro e não consegue sair da cara de paisagem ou de um sorrisinho besta.
Parece que as coisas em Filhos do Ódio acontecem e que Till foi colocado lá no meio sem saber direito o que são essas coisas.
Uma pena.
NOTA: