Desde o lançamento no Festival de Cannes lá em junho que eu não via a hora de assistir A Pior Pessoa do Mundo.
O novo filme do meu preferido Joachim Trier é um absurdo de bom mesmo e eu considero o cúmulo da comédia romântica pra quem não gosta de comédia romântica.
Ou uma comédia romântica pra fuder com a cabeça de quem gosta de comédia romântica.
Ou o filme que num mundo ideal sirva de referência para as próximas comédias românticas.
O filme deu o prêmio de melhor atriz para Renate Reinsve que se estivesse num mundo ideal, estrelaria todos os filmes de Hollywood.
E o Joachim Trier deveria dirigí-los todos também.
O filme conta a história de Julie (Renate), uma mulher jovem que vai vivendo com todas as dúvidas da entrada na vida adulta, todas as meia certezas e todas as inconsistências e inconsequências familiares, profissionais e principalmente pessoais e amorosas.
Julie é a melhor das anti heroínas, aquela que erra pra caramba, que tenta, bate a cabeça, se dá bem, se apaixona, ama profundamente, chora um monte, ri menos do que poderia e nos faz viajar numa montanha russa de emoções como pouco vemos no cinema.
De verdade.
A Pior Pessoa do Mundo é a excelência cinematográfica que nunca foi atingida, por exemplo, pelo casal americano Noah Baumbach e Greta Gerwig que passa a vida fazendo esse tipo de filme e nunca chegou nem perto do que Trier conseguiu.
Se esse filme servir pra que as próximas comédias românticas, ou pelo menos para que os próximos dramas românticos, tenham caras novas com protagonistas mais verdadeiras, sem firula de truque de príncipe encantado ou do sapo que vira o tal, mas sim com todos os altos e baixos muito bem escritos que uma personagem do século XXI vive e merecem ser mostrados em filmes, principalmente em um tão bom quanto A Pior Pessoa do Mundo, um filme que parece que não vai a lugar nenhum mas que quando menos a gente espera, nos mostra uma Julie icônica e que já é referência para o que há por vir.
NOTA: