Drive My Car é um filme tão, mas tão bom que a vontade que eu tenho é só escrever: assista sem falta.
O filme japonês é um dos mais premiados do ano e um forte concorrente a levar o Oscar de filme internacional.
Tem a minha torcida.
O filme tem inacreditáveis 2h59min que passam num piscar de olhos. Prometo que quando eu terminei de assistir eu queria mais, de tão imbuído que eu estava na história de Kafuku (Hidetoshi Nishijima), um ator e diretor de teatro que acaba tendo uma relação maravilhosa com sua motorista por acidente Oto (Reika Kirishima).Sempre quando realiza algum trabalho, Kafuku fica hospedado em algum hotel a 1 hora de distância do teatro para que ele consiga ensaiar sozinho na ida e vinda do trabalho.
Mas ao trabalhar em uma peça nova, por problemas anteriores, o produtor consegue para ele uma motorista jovem e bem competente com um quê a mais: seu silêncio ao volante se torna um gatilho para o diretor, que descobre que seus problemas mais pessoais, e alguns nem tanto, são melhor “resolvidos” com a troca e não mais apenas com o silêncio, como sempre lidou em toda sua vida.
O diretor Hamaguchi Ryūsuke consegue com Drive My Car o que já vinha esboçando em várias outras de suas produções, como em A Esposa de um Espião: alcançar a perfeição cinematográfica a partir de um roteiro muito bem escrito, de uma direção precisa, ainda mais tendo tão poucos cenários em suas história tão complexa e o melhor, uma direção de elenco de dar inveja, principalmente com seu casal principal.
As emoções mais profundas de Kafuku, ligadas a segredos recentes, poderiam ter existido em uma novela, em um drama quase rocambolesco.
As mãos de um diretor do calibre de Hamaguchi Ryūsuke transformam todo o drama em uma história de um nível inesperado de dramaturgia, alguma coisa tão elevada, tão cheia de novidades que fazem de Drive My Car a grande surpresa de 2021.
NOTA: