Hewad é um menino de 9 anos que, após a morte do pai, ajuda no sustento da família vendendo mercadorias nas ruas de Cabul.
Ele também enfrenta o desafio do casamento forçado entre sua mãe e seu tio, já que ela ficou viúva e não tem opção senão ser a nova esposa do irmão do marido morto.
O garoto sonha em escapar desse cenário de pobreza e guerra tornando-se um ator rico e famoso, cuidando da mãe e comprando uma casa para os familiares.
Um fotojornalista australiano faz amizade com Hewad e começa a documentar sua vida para retratar uma imagem empática das crianças desta sociedade devastada pela guerra.
Granaz Moussavi, é a roteirista e diretora iraniana/australiana desta lindeza de filme e criou a história de Hewad, baseada em fatos reais.
O personagem é o típico de filme que nos faz chorar e rir o tempo inteiro, nos deixa com o coração aquecido e fofo.
O poder do roteiro de O Uivo das Romãs é tão grande que ele vai manipulando a audiência da melhor forma possível, fazendo com que a gente entre cada vez mais na vida do menino sonhador, que não só acha que está virando um astro de Hollywood, por ter suas fotos tiradas pelo australiano, mas ele agiliza com a molecada de sua redondeza testes de elenco para aparecerem em seus delírios fílmicos.
Isso tudo em meio a uma cidade destruída, em meio a sonhos perdidos, em meio a uma desesperança que explode em cada poro do menino sonhador, que faz isso não só por ele mesmo e seus sonhos, mas também por sua mãe e sua irmã que não podem sair de casa, não conseguem trabalhar e dependem só do menino para trazer comida pra casa.
Hewad faz o que pode e o que não pode para conseguir dinheiro, conseguir umas romãs, conseguir qualquer coisa para o jantar de todo dia.
A sensibilidade da diretora faz com que entremos nessa vida desgraçada, de tentativa de sobrevivência em meio à barbárie humana.
Baseado em fatos reais, o filme é o representante da Austrália no Oscar 2022.
NOTA: 1/2