Ah que demais a surpresa que foi assistir esse filme.
Eu quase não vi Silent Night por causa do poster, que olhei de relance e nem me interessei pelo trailer pois preguiça de filmes de Natal.
Mas lendo umas coisas semana passada li que Silent Night era o melhor filme de fim de mundo do ano. Reli, fui confirmar e era o filme de Natal do poster fofo.
Acabei me animando mais ainda pelo elenco do filme, olha a lindeza: Keira Knightley, Matthew Goode, Roman Griffin Davis, Annabelle Wallis, Lily-Rose Depp, Sope Dirisu, Kirby Howell-Baptiste, Lucy Punch, Rufus Jones.
Silent Night começa mesmo como um filme fofo de Natal.
Nell, Simon e seus 3 filhos estão em sua casa de campo lindíssima se preparando para a ceia de Natal e esperando seus amigos e suas famílias chegarem.
Tudo é perfeito: o cenário, a comida, as roupas, as bebidas (não tem água), os enfeites.
A tensão da espera é grande e veremos que a saudade era grande, já que todos se abraçam como se há muito não se encontrassem.
Quando todos já estão à mesa, prestes a comer, eles resolvem agradecer e aos poucos vamos percebendo que alguma coisa está errada.
E que essa alguma coisa é gigante: a Rússia vai atacar a Inglaterra exatamente a meia noite com um gás mortal que faz os órgãos das pessoas explodirem e elas sangrarem pelos olhos, nariz e boca até morrerem sofrendo muito.
Bonzinho que é, o Governo Britânico distribuiu pílulas de veneno para toda a população ter uma morte mais digna, vejam só.
O problema é que tem gente na casa que não quer tomar a tal pílula.
E a discussão sobre vida e morte e sofrimento e obediência vem à tona da forma mais besta possível, ao que parece.
Mas Silent Night não é nada do que parece.
Não é um filme fofo, não é um filme onde as trocas de presentes serão suficientes, ou as bebedeiras natalinas, ou as comidas ou mesmo a maconha, nada é suficiente para a realidade que está por vir: morrer com o gás russo ou com a pílula britânica.
Silent Night poderia ter sido um dos melhores filmes de 2021, um dos mais surpreendentes, se não fosse a inépcia da diretora estreante Camille Griffin.
Ela tenta demais fazer enquadramentos espertinhos, sair do lugar comum, mas erra em 90% dos casos.
Ou ela ousa ou não ousa, não dá pra tentar ser inovadora na câmera e não ser no conteúdo.
O roteiro é quase bom, com uns erros de conduta de personagens que não acreditei que não tinha ninguém lá na hora pra falar “gente, tá errado, não é bem assim”.
Basicamente os defeitos de Silent Night se devem a falta de atenção geral e a uma diretora que não sabe dirigir ainda.
Uma pena, porque se fosse um pouquinho melhor poderia render umas continuações incríveis porque o filme termina bem demais (ou não).
NOTA: 1/2