Ontem falei de Annette, o musical francês super pretensioso e super porcaria do meu diretor preferido Leos Carax, que estreou no Mubi.
Hoje vou falar de outro musical francês, Tralala, em cartaz no Festival Varilux de Cinema Francês, pelos cinemas do Brasil inteiro.
O Tralala do título é um artista de rua (vivido pelo maravilhoso Mathieu Amalric), prestes a ficar sem teto e que se encanta por uma menina que ele encontra uma noite na rua em Paris.
Ele não sabe nada sobre ela, só lembra de seu rosto a ponto de fazer um desenho e mostrar para as pessoas pela rua dizendo que ela estava com um vestido azul.
Claro que em um filme onde todo mundo canta, ele descobre que a menina foi pra cidade de Lurdes, aquela dos milagres onde a virgem Maria apareceu e Tralala acha que é um presságio, que pode receber um milagre.
Mas quando lá chega ele apanha de outro artista de rua e, milagre!, encontra sua mãe e sua família perdida.
Será que a mãe de Jesus que apareceu em Lurdes vai ajudar Tralala em sua jornada?
Esta semana eu conversei via Zoom com os irmãos Larrieu, a dupla de diretores de Tralala, que nasceram em Lurdes.
E eles me contaram primeiro que eles amaram filmar durante a pandemia, em uma cidade tão linda e sempre tão cheia que estava vazia. Eles disseram que parecia que ele estava em um estúdio gigante, com tudo só pra eles.
Uma coisa legal que eles contaram foi que o filme, as músicas, o roteiro, foi tudo escrito obviamente com antecedência mas que durante as filmagens, coisas foram mudando a partir da interpretação de algumas pessoas do elenco, já que todo mundo cantava ao vivo, as cenas não eram com playback.
Tralala é uma comédia musical com um fundo de drama bem bom, sem deixar nada melancólico demais, apesar do personagem principal estar no limite da tristeza, o menestrel, o palhaço deprimido que se aproveita de situações que saem de seu controle, o quanto ele pode.
Filme fofo, bem feito, diversão das boas.
NOTA: