Depois que Parasita mudou todas as perspectivas sobre um filme internacional lançado nos EUA nos Oscars, levando um monte de prêmios que ninguém esperava, a Coréia do Sul, de onde vem o filme, deveria ter aprendido.
Mas não.
Esse ano eles indicaram Escape From Mogadishu para ser seu representante no Oscar de filme internacional e eu cravo aqui: não vai ser indicado.
Não me entenda mal.
Escape é um filmaço: com elenco incrível, com aquela dose de humor coreano infalível e muito bem escrito.
O filme conta uma história que aconteceu no meio dos anos 1980 quando a Coréia do Sul ainda não era reconhecida como nação pelas Nações Unidas, muito pelos esforços contrários da Coréia do Norte.
O filme se passa na Somália e é baseado em uma história real.
Mogadishu é a capital do país africano, um dos poucos que tinham relações diplomáticas com ambas as Coréias, onde existiam ambas as embaixadas.
Só que do nada acontece um golpe de Estado (sempre os golpes) e os rebeldes tiram do poder o presidente amigo de todo mundo.
O problema é que os governos coreanos, tanto do norte quanto do sul, não possuíam aviões no país para resgatar quem por lá estivesse.
E quem por lá restou foram só os embaixadores do sul e do norte, suas famílias e alguns poucos funcionários das embaixadas.
Em meio a uma guerra civil, o modo como as decisões são tomadas e os problemas são resolvidos contam muito mais do que papos infindos tomando uísque e fumando charutos.
Escape from Mogadishu não é o típico filme de estrangeiros pegos em meio ao caos, tentando de lá fugir.
O diretor Ryoo Seung-wan é bom demais, realizando inclusive uma das melhores sequências do ano durante uma perseguição de carros, ou melhor em um fuga de carros passando pelas ruas tomadas por rebeldes armados até os dentes que eles não tem mais.
Tudo isso pra dizer que se Parasita é uma referência, a melhor delas, Escape From Mogadishu, um filme de ação totalmente diferente do drama sociológico oscarizado, não deve chegar lá.
Mas isso é só um detalhe porque esse é um dos filmes imperdíveis do ano.
NOTA: