18 KHZ é um filme estranho.
É um drama do Cazaquistão que está na repescagem da #MostraSP #45Mostra, disponível então até o dia 7 de novembro no site da Mostra.
O filme que se passa no final da década de 1990, conta a história de 2 moleques, melhores amigos, de seus 15 anos de idade, daqueles inquietos, que fumam um baseadinho de vez em quando, tentam sair a noite mas não conseguem porque são muito novos e querem impressionar as meninas mas de novo, são muito moleques pra isso também.
Por um acaso do destino, eles acabam encontrando um monte de heroína e de uma hora pra outra, por terem esse “poder” em mãos, não só conseguem tudo o que querem mas também acabam mais dinheiro do que poderiam imaginar.
Claro que nada vem de graça e a vida dos 2 amigos vai aos pouquinhos dando uma virada inesperada, principalmente porque um deles (sempre tem um deles) resolve experimentar a heroína pra impressionar as meninas que namoram os traficantezinhos mais velhos.
18 KHZ em princípio é um filme besta, que não tem nada além dessa historinha sem graça desses moleques procurando diversão e encontrando mais drama.
Um detalhe é que os 18 KHZ do título é uma frequência que os adultos não conseguem ouvir e o tudo que acontece nesse filme, acontece a um palmo do nariz dos pais de Sanzhar e Dzhaga que nada enxergam ou nada querem enxergar.
A forma como o diretor Farkhat Shapirov resolve a dinâmica do filme a partir de um ponto crucial de virada narrativa faz com que o filme saia do normal.
Quando reclamei na minha resenha de Bergman Island sobre a modinha européia que me incomoda por vezes de misturar realidade, sonhos e não-realidade fictícia de alguma história paralela dentro do filme, Shapirov resolve esse dilema que ele próprio induz em 18 KHZ de uma forma simples e eficaz, o que faz do filme uma bela de uma diversão.
NOTA: 1/2