Sim, o Titanic no caso é o filme do Leo, aquele lá.
E não, não é uma piada com o fato do cego não poder ver.
No caso deste filme, Jaakko, que é cego e tem esclerose múltipla, o que o deixou dependente de uma cadeira de rodas, não quis ver o filme porque sempre achou que era muito romantiquinho demais pra ele.
Como ele mesmo diz no filme, Jaakko não nasceu cego. Nem sem poder andar. Ele acabou assim.
E sonha todas as noites que está correndo.
E conta isso todas as manhãs para Sirpa, uma mulher que ele conheceu online, por quem acha que está se apaixonando mas que nunca encontrou porque eles moram longe.
E também porque ela tem problemas físicos que a impedem de atravessar a Finlândia para encontrá-lo.
Teemu Nikki, o diretor de O Cego Que Não Queria Ver o Titanic sacaneia com a sua audiência da melhor forma possível: ele faz com a gente só enxergue o próprio Jaakko em foco.
Tudo o que acontece ao seu redor, apesar de importar, não importa o suficiente para que tenhamos ciência total daquilo.
Já que o filme inteiro é “focado” na história de Jaakko, de como ele se anima com Sirpa, de como ele ganha um dinheiro do nada e se anima a ir encontrá-la, o filme nos coloca quase que no colo do personagem, nos coloca junto de sua cadeira de rodas.
E o drama do cego que resolve viajar sozinho se transforma adivinha, em um horror (da vida real, desculpa aí) como nunca tinha visto no cinema.
Que desespero. Que tensão.
Tudo pelo amor, tudo pela possibilidade não só de Jaakko conhecer Sirpa, sua Sigourney Weaver em Alien, que como ele diz (não importa se ela parece ou não, eu sou cego, não vou ver, quero ter essa referência só).
Pegar 2 taxis e um trem para Jaakko era como que atravessar um oceano, chegar a outro planeta, cruzar tundras e desertos, mas o amor, o companheirismo, a sensação de proximidade e de aceitação é maior que tudo.
O filme tá online na #MostraSP #45Mostra.
NOTA: 1/2