A Casa Sombria é um filme que tinha tudo pra ser um dos melhores do ano.
Pra começar é estrelado pela cada vez melhor Rebecca Hall como Beth, uma professora que começa o filme dias após a morte de seu amado marido de 14 anos.
Ou melhor, dias após ele dar um tiro na própria boca, dentro do barco do casal, no lago em frente sua casa dos sonhos.
Ela está muito abalada com o que aconteceu porque em momento algum nem ela nem ninguém próximo percebeu que isso aconteceria, que Owen, o cara que ela tanto amava, a outra parte do casal perfeito, tiraria a própria vida.
Diferente do que todo mundo aconselha, Beth resolve voltar ao trabalho, voltar a sua rotina. Ela diz que cada um sofre à sua própria maneira, mas como a gente já está acostumado a ver em filmes, essa é a frase que traz a receita para a desgraça.
Beth começa a sentir uma presença em sua casa, uma força, ouve barulhos, o rádio liga sozinho na madrugada, ela tem certeza que é Owen querendo se comunicar com ela e o que a fofa faz? Vai procurar pistas e revirar as coisas do ex marido guardadas no porão da casa e, obviamente, a parada fica sinistra.
Literalmente.
Junte a isso o fato de Beth começar a ter pesadelos e sonhos bem perturbadores, pra dizer o mínimo, onde ela acaba se perdendo em sua realidade.
E aí chega o ponto estranho do roteiro pra mim: eu me perdi um pouco nessa história de real e sonho da personagem e fiquei bem irritado no meio do filme com isso.
A Casa Sombria começa muito bem e termina muito bem também.
O meio do filme traz a história pra baixo porque o roteiro, na minha opinião, tentou lidar com muita coisa diferente, com muitas opções de desenvolvimento da história que por uns bons 30 minutos me deixou com a sensação de que o filme tinha saído de um eixo que ainda não tinha nem sido criado.
Mas pra nossa sorte, a partir de uns detalhes, umas migalhas de pão que vão sendo deixadas pelo caminho, o diretor David Bruckner (do ótimo O Ritual)consegue nos fazer encontrar um caminho que termina não na casa de doces mas sim numa história de amor eterno.
E não tem nada mais lindo que isso.
Pro bem e pro mal.
NOTA: