O Fantastic Festival tá sendo incrível pela quantidade de filmes bons e ótimos que tenho assistido.
Seleção boa como essa é hoje uma bênção e eu sou muito agradecido ao Festival pela minha primeira cobertura mesmo à distância.
Sendo assim, fico muito feliz em escrever aqui sobre um filme como She Will, uma paulada na cabeça em forma de horror psicodélico.
Um filme inacreditavelmente feminista, empoderado e todos os novos adjetivos relacionados à feminilidade, sem jogar nas nossas caras isso tudo ao mesmo tempo que nos mostra o quanto a diretora Charlotte Colbert é O NOME a ser seguido daqui pra frente, por causa desta sua estreia na direção.
O filme conta a história de Veronica (Alice Krige, a bruxa malvada de Maria e João), uma mulher que acabou de passar por uma mastectomia dupla vai com sua cuidadora para uma casa de repouso no interior da Escócia.
Passando por essa nova realidade em sua vida, Veronica começa a rever seu passado e aos poucos vai desenterrando informações que ela enterrou com o tempo e (re)descobre que é mais forte e poderosa do que se lembrava.
Em paralelo, sua cuidadora Lois ao mesmo tempo que vai percebendo uma mudança geral em Veronica e por isso se aproxima cada vez mais dela, a jovem vai também mudando ao sentir sua influência.
O filme que é um drama bem profundo, bem filosófico sobre vida, a proximidade da morte na forma do câncer que tem que ser extirpado através da retirada de símbolo bem feminino, as mamas de Veronica.
Mas aos poucos She Will vira um belo de um horror psicodélico quando Veronica se “ressignifica” como a bruxa que sempre foi e que se lembra que sua vida chegou ao ponto que está por ter sido prejudicada por várias pessoas.
E essas pessoas começam a sofrer as consequências de seus atos passados através do poder recém adquirido por Veronica e ela se mostra maior e muito mais poderosa do que ela mesma se lembrava.
O horror psicodélico que citei é que as ações da bruxa são sempre com ligações a natureza e com imagens que remetem muito ao psicodelismo e principalmente ao folk horror mais extremo.
O clima criado pela fotografia, pela trilha estupenda, pela direção de arte detalhista, pela direção de elenco precisa faz com que She Will surpreenda a cada sequência mostrada.
Este “filminho” pequeno que ninguém esperava muito no Festival explodiu depois de liberado para a imprensa de tal forma que as entrevistas previamente agendadas, inclusive comigo, foram canceladas e remarcadas para outubro, quando tudo acalmar um pouco.
Nem preciso dizer que é #alertafilmão.
NOTA: