Finalmente são lançados na Amazon Prime os filmes baseados na história horrorosa da família Richthofen.
Eu só assisti um deles, A Menina que Matou os Pais, a “versão” do namorado da história, Daniel Cravinhos, que junto com seu irmão Cristian matou os pais de Suzane a pauladas na cabeça enquanto eles dormiam.
E depois ainda afogaram os 2, já que as pauladas não foram suficientes.
Sim, vemos no filme que afogaram. Eu nem sabia que isso fosse possível, mas parece que os irmãos que tentaram se safar de serem os malvados do caso, sabiam direitinho como fazer.
Nesta versão do filme, Suzane é mostrada como uma menina que odeia os pais, ama fumar maconha, tem problemas para fazer sexo e por isso resolve matar papai e mamãe que são a encarnação do mal.
Nesta versão, os pais são alcoólatras, a mãe bissexual, o pai tem casos extra conjugais e pior de tudo, o pai “passa a mão” em Suzane sempre depois de dar surras nela.
Bom, essa história toda já é bem conhecida por todos nós, já que esse caso é motivo de manchetes até hoje, principalmente quando Suzane sai nos feriados junto com sua namorada, depois com o namorado, depois com outra namorada, sempre dando pano pra manga da mídia de quinta.
O que interessa aqui é que o filme infelizmente não é bom.
Não é ruim, mas tá longe de ser bom.
O diretor Mauricio Eça fez as escolhas estéticas mais erradas possíveis em relação a um roteiro bem caretinha.
Explico.
Imagina fazer uma novela na Record, com aqueles diálogos óbvios e sem graça, com cenários e locações ruins, com um elenco que não desenvolve os personagens e mesmo assim você de vez em quando colocar as cores neon onde não cabem, mesmo que sejam em 3 ou 4 cenas e o resto do filme usar aquela luz chapada e uns enquadramentos que não dizem nada.
Ou você faz um filme “moderninho” ou não. Fazer 4 cenas vermelhas e 2 verdes e as outras 120 brancas de doer a vista de sem graça, não rola.
E podiam ter também ensinado a Carla Diaz, que faz a Suzane, pelo menos entender melhor como é parecer “emaconhada”, “saber fumar”, segurar um cigarro. Ela fofa é passável, ela malvada é risível.
O que é de se tirar o chapéu é a resiliência (e essa é a primeira vez que uso essa palavra tão desgastada aqui no blog) do produtor Marcelo Braga em conseguir produzir 2 filmes adversos e complementares com a verba que ele teve.
Faltou cuidado? Faltou.
Faltou elenco? Ô se faltou.
O que não faltou, e no final das contas é isso que importa, o que não faltou foi a vontade de fazer cinema no Brasil em tempos fascistas onde nada nem ninguém coopera.
As 3 claquetes da nota vão todas por isso.
NOTA: