Semana passada completou exatamente 1 ano que eu venho querendo assistir esse absurdo inglês.
A ficção científica distópica e desesperadora Undergods passou no Fantasia Festival de 2020 e eu perdi porque ficou disponível por 2 dias e eu só percebi no terceiro dia.
Mas pra nossa sorte o filme está disponível nos mais alternativos canais disponíveis.
Undergods é uma visão desgraçada de um futuro próximo possível da Europa, contada pela talentoso Chino Moya, diretor de tantos clipes bacanas.
O filme é um emaranhado de histórias por vezes felizonas que geralmente acabam em uma virada desesperançosa, se não pelos personagens, algumas vezes por situações bizarras e adversas que saem do controle de quem quer que esteja envolvido.
E todas essas histórias acabam se cruzando no que eu vou aqui chamar de “esgoto do futuro”, meio que uma “porta de Beetlejuice” (sabe aquela que se abre e vem o monstro da areia te comer?), onde depois de atravessada, sua vida, que já não era das melhores nesse futuro zuado, acaba de vez.
E o pior, não porque você morre.
Quem dera.
Esse futuro zuado é frio, árido, destruído, cinza, mas bonito, interessante a ponto de imaginarmos que algo de bom poderia sair de lá.
No universo de Undergods os personagens não encontram segundas chances, não existem meneios, ser educado para não ferir alguém é algo raro e o pior, tudo isso nos é mostrado com uma frieza cinematográfica muito pertinente.
Quando terminei de assistir o filme, primeiro fiquei feliz em viver na desgraça que está o nosso mundo hoje em dia, imaginando que se chegarmos em um nível desse mostrado, estaremos mais fudidos ainda.
Mas depois eu percebi que a Europa desesperada de Undergods só vai ser assim porque a gente hoje, em 2021, está acabando com o futuro promissor que nunca nos veio e que nunca virá.
NOTA: